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Maleável? Eduardo Baptista explica desabafo e revela ligação de Cuca

Cesar Greco/Ag. Palmeiras
Imagem: Cesar Greco/Ag. Palmeiras

Do UOL, em São Paulo (SP)

18/05/2017 23h21

Eduardo Baptista falou pela primeira vez sobre sua polêmica demissão do Palmeiras. Nesta quinta-feira (18), em entrevista ao Esporte Interativo, o técnico tentou explicar seu desabafo após a vitória de virada da equipe sobre o Peñarol. Ao contrário do que foi acusado, o treinador negou que escalava o time sob pressão, citou um momento crucial para o fim do trabalho e revelou uma ligação de Cuca após sua saída.

“Fui chamado de maleável porque diziam que eu fazia o que o patrocinador e o diretor queriam. Mas tirei o Borja do time, o maior investimento... Eu tinha que olhar nos olhos dos jogadores, tinha que ser honesto. Falei: ‘Borja, você vai ter que esperar porque o Willian está melhor. Se prepara, você vai entrar e resolver’. Eu tinha zagueiro da seleção brasileira no banco (Vitor Hugo)... Todo mundo quer que seu jogador jogue, tem pressão de todos os lados”, explicou Baptista.

“Aquela minha revolta estava em uma linha de honestidade, caráter, humildade... Se eu estava certo ou errado, é outra coisa, mas não fala do meu caráter. Pode me chamar de burro, mas não fala que sou desonesto. Não questionei a informação da briga, mas sim do cara falar que estou escalando porque alguém manda. Não entendo nada de fonte mesmo, mas entendo de caráter. Não cheguei no campeão brasileiro passando gente para trás, foi trabalhando sério”, acrescentou.

Baptista ainda revelou uma ligação de Cuca após o treinador acertar seu retorno ao Palmeiras. “Ele me ligou, numa boa. Fiquei feliz pelo Palmeiras estar nas mãos dele. Vai dar sequência e fazer a torcida do Palmeiras feliz. Ele me perguntou se estava tudo bem, conversamos um pouco de tática, ele me questionou algumas características específicas de alguns jogadores”, contou.

MOMENTO DA DEMISSÃO?

Apesar de ser demitido após uma derrota para o Jorge Wilstermann, Eduardo Baptista acredita que foi a derrota para a Ponte Preta, na semifinal do Campeonato Paulista, a grande responsável por sua saída do Palmeiras.

“Olha, dizer que você está esperando, é difícil, né? Perdemos para a Ponte Preta, a explicação foi os 3 a 0 para a Ponte. A Libertadores é difícil, o jogo do Peñarol, que ganhamos aqui, era para estar 5, 6 a 1... O Jorge Wilstermann perdemos na altitude, não vejo como o estopim... Passado um tempo, analisando, foi para a Ponte mesmo”, analisou.

Eduardo ainda revelou que ficou na dúvida se entrava com a equipe titular ou se aproveita os reservas em Campinas. “O desgaste emocional foi altíssimo (contra o Peñarol). O pessoal fala: ‘roda o time’. O desgaste foi tão grande, que na quinta fizemos uma amistoso contra o Nacional. Eu tinha essa dúvida. Jogou o time B e tomamos um chocolate do Nacional, os jogadores não responderam. Mesmo para quem não jogou, foi muito pesado a tensão. Deixamos passar o tempo e, até no sábado, fizemos uma avaliação física. Não senti confiança, preferi ir com os titulares mesmo”, disse.

Eduardo Baptista deixou o Palmeiras após rápida passagem. O filho de Nelsinho Baptista assumiu o time palestrino no início do ano, mas esteve presente apenas em 23 partidas, com 14 vitórias, 4 empates e 5 derrotas; a última delas, na Bolívia, na pior atuação da equipe na Libertadores, custou o emprego.