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Lateral de Tite fez só 14 jogos completos na temporada e já recusou seleção

Do UOL, em São Paulo

20/05/2017 04h00

A convocação do lateral direito Rafinha para a seleção brasileira que vai disputar os amistosos contra Argentina e Austrália, em junho, foi uma das maiores surpresas do técnico Tite. Para chamar o jogador do Bayern de Munique, o treinador ignorou a fase dos atletas e optou por um reserva que fez apenas 14 jogos completos em toda a temporada.

O brasileiro é constantemente o reserva de Phillip Lahm. O técnico Carlo Ancelotti, por exemplo, usou o brasileiro em apenas 27 partidas desde que chegou à Alemanha. Enquanto isso, o lateral alemão esteve em campo 37 vezes e, em 28 desses jogos, ficou em campo do início ao apito final.

A aposentadoria do veterano campeão mundial também não deve ajudar tanto o brasileiro. Em 2013, quando Pep Guardiola usou Lahm muito mais no meio-campo do que na lateral, Rafinha foi o titular da lateral do Bayern. Nos últimos dois anos, porém, outro jogador apareceu no cenário.

Joshua Kimmich foi o escolhido para ser o herdeiro da lateral na seleção da Alemanha e, mesmo sendo usado muito mais no meio-campo por Ancelotti nessa temporada, é considerado a melhor opção para o lado direito a partir de agosto. Além disso, na Alemanha uma série de laterais é especulado no mercado para reforçar o time da Bavária – mostrando que o prestígio do brasileiro não é dos maiores.

Outro ponto que chama atenção são as outras opções para a posição que Tite tinha. Com Daniel Alves poupado e Mariano com uma lesão no joelho que o tirou do final da temporada do Sevilla, o treinador ficou sem dois dos três atletas para o setor que já tinha testado. Alguns jogadores em alta, porém, seguem longe das listas da seleção.

Um deles é Fabinho, do Monaco. Mesmo jogando muito bem desde o início da temporada como volante, ele nunca escondeu que se vê jogando na seleção brasileira na lateral. Outra opção é Bruno Peres, ex-Santos, que foi eleito o melhor lateral direito do Campeonato Italiano – à frente, sim, de Daniel Alves.

Mesmo Fábio, ex-Manchester United e que passa longe do radar da seleção brasileira há anos, tem jogado mais do que Rafinha. Ele é titular do Lyon e foi um dos destaques do time na Liga dos Campeões, em que o time francês foi eliminado na primeira fase. Até mesmo na Alemanha um brasileiro da posição foi melhor do que Rafinha: o filho do ex-volante Bernardo, ex-São Paulo, também chamado Bernardo, foi titular do vice-campeão da Alemanha, RB Leipzig.

Quando questionado sobre Rafinha, Tite falou apenas sobre o episódio de 2015, em que o jogador recusou a convocação. Na ocasião, o comandante da equipe ainda não era Tite - o time era dirigido por Dunga. “Liguei e conversei com ele por telefone. Houve um mal-entendido com relação à situação anterior”, explicou o treinador.