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Súmula: juiz relata xingamentos da Chape, pedrada e confusão generalizada

Do UOL, em São Paulo

02/06/2017 06h28

O árbitro Pericles Bassols relatou, em sua súmula, xingamentos por parte de jogadores e dirigentes da Chapecoense, a pedrada sofrida pelo quarto árbitro Evandro Tiago Bender e uma confusão generalizada na zona mista após o jogo entre o time catarinense e o Cruzeiro, na última quinta-feira, pela Copa do Brasil. O jogo terminou empatado por 0 a 0 e selou a classificação do time mineiro às quartas de final.

O primeiro tumulto aconteceu ainda dentro de campo. Insatisfeitos com a arbitragem de Pericles Bassols, jogadores da Chapecoense cercaram o juiz e a Polícia Militar precisou ser acionada. O lateral esquerdo Reinaldo recebeu o cartão vermelho pela confusão. Na súmula, o árbitro explica que Victor Ramos também foi expulso pela confusão por causa de xingamentos.

Minutos depois, uma correria em direção ao vestiário visitante tomou conta do cenário. Jogadores, diretores e membros do time catarinense discutiram muito com os atletas e cartolas do Cruzeiro. O árbitro relatou uma "confusão generalizada" na zona mista, mas disse não ter identificado a origem.

Por fim, o quarto árbitro, Evandro Tiago Bender, foi ferido e apareceu com o rosto sangrando. Nas arquibancadas, após muito empurra empurra, um torcedor foi identificado e detido pela Polícia Militar, enquanto Evandro seguiu para o vestiário para receber atendimento médico. Na súmula, a pedrada foi relatada e foi informado que foi aberto um Boletim de Ocorrência (BO). Porém, não há a identificação de quem a arremessou.

Veja o que aponta a súmula em dois itens.

Cartões vermelhos

“Motivo: V2.8. Outro motivo (detalhar no campo expulsões) - Após o término da partida, o atleta nº 80, Victor Ramos Ferreira, da equipe da Chapecoense veio na direção da equipe de arbitragem e de frente para mim e apontando o dedo por cima do escudo de proteção dos policiais, proferiu as seguintes palavras: "você é um fdp, um safado!" Em virtude do tumulto ao redor da equipe de arbitragem, e da confusão generalizada, o cartão vermelho não pode ser mostrado no campo de jogo. Desta forma a expulsão foi informada na comunicação de penalidades”.

"Outro motivo (detalhar no campo expulsões) - Após o término da partida, ainda dentro do campo de jogo, expulsei de forma direta o jogador nº 6 da chapecoense, o sr. Reinaldo Manoel da Silva, por proferir as seguintes palavras em minha direção: "você é um ladrão safado, vai se f...."

Observações

“Após o término da partida, o atleta nº 80, Victor Ramos Ferreira, da equipe da Chapecoense veio na direção da equipe de arbitragem e de frente para mim e apontando o dedo por cima do escudo de proteção dos policiais, proferiu as seguintes palavras: "você é um fdp.., um safado!" Em virtude do tumulto ao redor da equipe de arbitragem, e da confusão generalizada, o cartão vermelho não pode ser mostrado no campo de jogo. Desta forma a expulsão foi informada na comunicação de penalidades”.

*Após o término da partida o técnico da equipe da Chapecoense, sr. Vagner Carmo Mancini invadiu o campo de jogo e se dirigiu a equipe de arbitragem para questionar e protestar contra decisões tomadas em campo.

*Logo após a chegada do policiamento, dois dirigentes da equipe da Chapecoense, identificados como sr. Rui Costa e sr. João Carlos, conhecido como "Maringá" invadiram o campo, se dirigiram a equipe de arbitragem fazendo ameaças verbais, o primeiro disse: "aqui é trabalho e nenhum vagabundo vai estragar isso, seu fdp." O segundo proferiu as seguintes palavras: "você vai se f... seu fdp, você tem que se f..."

*Ao sair do campo, escoltados pela polícia, uma pedra foi arremessada da arquibancada onde se situava a torcida da chapecoense atravessou os escudos de proteção atingindo o quarto árbitro, sr. Evandro Tiago Bender, no rosto (supercílio e abaixo do olho) causando ferimento nas duas regiões. Este fato foi registrado no boletim de ocorrência com número de protocolo 2828191, feito no vestiário pelo policiamento local. O exame de corpo de delito será anexado assim que realizado. Cabe relatar que ainda dentro de campo e protegidos pela polícia, identificamos uma confusão generalizada na zona mista, contudo, devido a nossa posição de campo., não foi possível identificar o que iniciou tal incidente e os infratores envolvidos”