São Paulo reclama de ação policial que impediu viagem de torcida a Campinas
O São Paulo emitiu uma nota oficial nesta segunda-feira à tarde para lamentar o fato de torcedores do clube terem sido impedidos de viajar até Campinas no domingo (5) para acompanhar o jogo contra a Ponte Preta, no Moisés Lucarelli. Cerca de 40 ônibus lotados de torcidas organizadas do Tricolor não conseguiram chegar a Campinas (a 92 km da capital paulista) e tiveram que voltar para casa ainda na estrada.
Os organizados dizem que eram 47 ônibus, da Independente e da Dragões da Real, mas a Polícia Militar contou 36, com entre 1500 e 2000 torcedores. Em uma vistoria de rotina na altura da rodovia Anhanguera, a polícia constatou que apenas uma parte dos torcedores tinha ingresso, mas a outra parte disse que os compraria na bilheteria do estádio. Em seu site oficial, a Ponte informou que as bilheterias para os visitantes ficariam abertas até o fim do primeiro tempo da partida.
Mas a informação da PM era diferente. De acordo com o capitão Luis Satto, responsável pela segurança da partida, em uma reunião antes do fim de semana, ficou acertado entre polícia e Ponte Preta que os ingressos seriam vendidos no estádio só até as 11h da manhã e que a bilheteria ficaria aberta até o horário do jogo apenas para troca de vouchers por bilhetes para quem tivesse feito a compra on-line.
A PM então proibiu os torcedores sem ingresso de chegar na cidade, alegando riscos à segurança do evento. “Não posso ter mil pessoas na cidade sem ingresso, eles vão ficar fazendo o quê? Podem causar tumulto ali na frente”, disse Satto.
Confira a nota do São Paulo na íntegra:
"O São Paulo Futebol Clube, diante dos fatos ocorridos com nossos torcedores que se dirigiam a Campinas para prestigiar a equipe contra a Ponte Preta, lamenta profundamente o procedimento que os impediu de ter acesso ao jogo, obrigando a caravana de cerca de 40 ônibus a retornar à capital em meio à viagem sem que qualquer desrespeito ou outra medida transgressiva tenha ocorrido para justificar a proibição feita de forma tão drástica.
Embora sabedor dos cuidados que orientam o esquema policial, que respeita e aprova, entende o São Paulo FC que medidas extremadas, tomadas sem que tenha havido qualquer ameaça à ordem pública, configuram um excesso que transmite a ideia de autoritarismo, que não contribui para o alcance de um comportamento respeitoso e civilizado.
Acreditamos ser possível que, diante das perspectivas de entendimento, o futebol volte a reunir torcedores acima de tudo interessados em desfrutar do espetáculo, apenas torcendo para os seus times."
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