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Palmeiras 'censura' locutor-torcedor e exige postura mais neutra no Allianz

Reprodução/Facebook
Imagem: Reprodução/Facebook

Danilo Lavieri e José Edgar de Matos

Do UOL, em São Paulo (SP)

06/06/2017 18h37

Sucesso entre os torcedores frequentadores do Allianz Parque desde a inauguração da arena, as locuções de Marcos Costi, foram, de certa forma, censuradas pelo Palmeiras. O UOL Esporte apurou que o clube exige há quase um mês uma postura mais neutra do profissional, conhecido pela empolgação e até provocações a rivais, nos jogos da equipe alviverde.

O veto à postura mais apaixonada ocorreu depois do último dia 17, quando Marcos anunciou de maneira provocativa o gol responsável por eliminar o Flamengo da Copa Libertadores da América: "Cheirinho no ar. Na Argentina, San Lorenzo 2, Flamengo 1".

As palavras do locutor geraram um momento de grande euforia por parte dos palmeirenses, que, por alguns segundos, ignoraram completamente o confronto realizado naquela noite no Allianz Parque - o Palmeiras venceu, na ocasião, o Internacional por 1 a 0, pelo primeiro duelo das oitavas de final da Copa do Brasil.

Não foi a primeira vez que ocorreu um pedido de maior ponderação ao locutor, segundo apurou a reportagem. Desta vez, no entanto, o Palmeiras emitiu um aviso de maneira mais severa, mais dura, contra o profissional. Assim, desde a partida contra o Atlético Tucumán-ARG, o torcedor encontra um Marcos mais neutro na locução.

Assim, momentos como as frases de efeito antes de anunciar a escalação dos times e as mensagens com caráter de torcedor, especialmente ao final do jogo em vitórias do Palmeiras, permanecerão no passado, pelo menos por enquanto. A exigência do clube de Palestra Itália, consequentemente, altera a rotina de trabalho do locutor, agora menos torcedor.

Procurado pela reportagem do UOL Esporte para falar sobre a nova ordem oriunda do Palmeiras, Marcos Costi preferiu não se pronunciar. A WTorre também evitou qualquer comentário em relação a nova ordem do clube de Palestra Itália para o locutor.

O UOL pediu uma posição do Palmeiras desde as 15h (de Brasília), mas não obteve resposta até a publicação desta reportagem.

A exigência palmeirense surge como um novo adendo na relação com o torcedor no Allianz Parque. Desde a Era Paulo Nobre, a festa no estádio e ao redor sofre com restrições.

O tradicional 'esquenta', comum nas ruas próximas à arena, agora é restrito a quem possui ingresso para as partidas. O Ministério Público, com o aval do Palmeiras, instaurou bloqueios próximos ao estádio: só passa quem portar o bilhete para os jogos.

Estes bloqueios, segundo relatos de torcedores à reportagem, agora também são setorizados. Só entra nas ruas Diana e Caraibas, por exemplo, quem portar bilhetes para os portões localizados na Palestra Itália.

Dentro da arena, o público ainda é proibido de erguer bandeiras, sinalizadores e pirotecnia, por restrições de segurança do estado e da própria Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Os 'piscas-piscas', por exemplo, resultaram na paralisação do clássico entre Corinthians x Santos, disputado no último sábado, na Arena Corinthians.