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Em dois dias, Santos "apaga" Dorival, promove desafetos e muda postura

Diego Salgado e Samir Carvalho

Do UOL, em São Paulo

08/06/2017 04h00

Um novo Santos entrou no gramado do Pacaembu para vencer o Botafogo por 1 a 0, com gol no último minuto, na noite desta quarta-feira (07), pelo Brasileirão. No suado triunfo, as marcas de Dorival Júnior ficaram para trás depois de mudanças promovidas por Elano dentro e fora de campo.

As alterações no clube começaram tão logo Dorival foi demitido. Em dois dias, Elano trocou peças da comissão técnica e no próprio time do Santos. À beira do gramado, o técnico interino, à espera de Levir Culpi, vibrou durante os 90 minutos, orientou os jogadores e contagiou o time. 

Ao fim da vitória na raça, juntou o elenco no meio-campo para saudar a torcida santista. A cena comprovou a nova atmosfera no clube, como já havia sido observada nos treinos: clima mais leve, com jogadores mais sorridentes e descontraídos. Elano ainda modificou a metodologia de trabalho ao promover o retorno dos coletivos.

A marca de Elano começou a ser colocada em prática quando Marcelo Fernandes, afastado por Dorival, voltou ao cargo de auxiliar técnico - a mudança ocorreu após a saída de Lucas Silvestre, filho do ex-treinador do Santos.

Em relação ao time, foram duas mudanças por convicção: Vecchio, que não jogou com Dorival em 2017, entrou na vaga de Vladimir Hernández, e Matheus Ribeiro ganhou o lugar de Copete, que foi improvisado por Dorival na lateral esquerda na derrota por 2 a 0 para o Corinthians.

"Minha intenção era o Renato e Vecchio com a bola para achar a linha de passe, além da chegada forte do Thiago Maia. Acho que o Vecchio se encaixava, mas já tinha preparado algumas situações para mudar ofensivamente. Feliz porque deu certo. Tem algumas coisas para corrigir, mas deu certo, e estamos indo felizes para casa", disse Elano.

O apoio ao argentino é especialmente importante. Vecchio foi um dos pontos mais polêmicos da gestão de Dorival, que teve atritos com o jogador desde o ano passado e chegou a afastá-lo em duas oportunidades. Há algumas semanas, o reintegrou ao grupo a pedido dos demais jogadores que, liderados por Ricardo Oliveira, se incomodaram pelo tratamento dado ao jogador. Assim que o treinador caiu, ele virou titular. 

O treinador interino, que não pôde contar com Ricardo Oliveira, lesionado, e  Bruno Henrique, suspenso, optou ainda por Kayke na referência e Arthur Gomes pelo lado esquerdo, respectivamente.

No intervalo, Elano apostou em Jean Mota na lateral ao sacar Matheus Ribeiro. Em seguida, tirou Vecchio para colocar Rodrigão. Depois, Vitor Bueno, muito vaiado pelos torcedores, deu lugar a Hernández.

Depois de conseguir a vitória, Elano admitiu que é muito cedo para assumir o cargo de treinador e disse que quer fazer a transição perfeita para Levir, com duas vitórias em dois jogos - o Santos enfrenta o Atlético-PR em Curitiba no domingo.

Além disso, Elano evitou comparar os perfis de Levir e Dorival. "Tenho a minha forma de pensar. Cada profissional tem sua competência. É difícil fazer. Tenho de agradecer o Dorival, desculpa se fiz alguma coisa. E dar todo apoio ao Levir para ele fazer um grande trabalho", frisou.