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1ª missão! Levir terá que reerguer ataque, ponto fraco no Santos de Dorival

Levir Culpi foi contratado, principalmente, por priorizar o sistema ofensivo em seus times - NELSON PEREZ/FLUMINENSE F.C.
Levir Culpi foi contratado, principalmente, por priorizar o sistema ofensivo em seus times Imagem: NELSON PEREZ/FLUMINENSE F.C.

Samir Carvalho

Do UOL, em Santos (SP)

09/06/2017 04h00

O técnico Levir Culpi já sabe qual será a sua primeira missão no comando do Santos: reerguer o ataque, que vive em crise de gols. Após encantar o Brasil em 2010, com Neymar, Ganso e Robinho, o técnico Dorival Júnior mudou a maneira de jogar em sua segunda passagem pelo clube.

O forte do treinador virou o sistema defensivo, enquanto o ataque passou a ser o seu ponto fraco. Em 28 jogos de Dorival no comando neste ano, o Santos marcou 49 gols, média de 1,75 por partida. No ano passado, no mesmo período, a equipe santista havia marcado 48 gols, média de 1,71.

Se somar o ano inteiro de 2016, o problema do ataque fica ainda mais evidente. Foram 113 gols em 68 jogos, média de 1,66 por jogo. 2015, quando Dorival retornou ao clube, também não teve números animadores. Foram 120 gols em 70 jogos, média de 1,71 por jogo.

Em 2010, por exemplo, quando Dorival conquistou dois títulos pelo Santos (Copa do Brasil e Campeonato Paulista), a sua equipe foi arrasadora nos 28 primeiros jogos. Foram 96 gols em 28 jogos, média de 3,42 gols por partida.

Melhorar o ataque do Santos foi o principal ponto a ser avaliado pela diretoria na escolha do novo treinador. Isso porque Levir Culpi possui fama de priorizar o ataque e, inclusive, recebe críticas em relação ao sistema defensivo de seus times.  

"Eu procuro o melhor nos times, a conquista, ser o melhor em campo. Só um chega. O Santos tem uma forma de jogar que eu gosto. A parte ofensiva é importante, mas não esqueço... No futebol você tem que fazer duas coisas. Atacar e defender. Tem que ter um equilíbrio", analisou Levir. Quero extrair o melhor de cada jogador, envolver todos ao máximo no trabalho. Vamos dar tudo de nós. Vamos para cima deles”, completou.

Além de reerguer o ataque, Levir Culpi tem outra missão na Vila Belmiro: melhor o ambiente entre diretoria, comissão técnica e atletas. Este trabalho, aliás, já começou a ser feito com Elano.

Ao fim da vitória na raça contra o Botafogo, por exemplo, Elano juntou o elenco no meio-campo para saudar a torcida santista. A cena comprovou a nova atmosfera no clube, como já havia sido observada nos treinos: clima mais leve, com jogadores mais sorridentes e descontraídos.

Elano ainda modificou a metodologia de trabalho ao promover o retorno dos coletivos. A marca de Elano começou a ser colocada em prática quando Marcelo Fernandes, afastado por Dorival, voltou ao cargo de auxiliar técnico - a mudança ocorreu após a saída de Lucas Silvestre, filho do ex-treinador do Santos.

Levir espera contar com a dupla para tirar o Santos da crise. O treinador pediu união e lembrou que, caso isso não aconteça, o “bicho vai pega” na Vila Belmiro.

“É uma questão de união. Não vai ser tão bonito como estou falando agora: o bico vai pegar. Mas se estivermos juntos, a possibilidade de vencer será melhor. Vou precisar da competência, do conhecimento que eles têm do clube, eles são daqui (profissionais do clube). Se nos separarmos a coisa vai ficar difícil, o bicho vai pegar. Mas se tivermos juntos, a chance de vencermos será muito grande”, completou.

Levir será apresentado como novo técnico do Santos na próxima segunda-feira. A estreia do treinador ocorre no clássico contra o Palmeiras, quarta-feira, na Vila Belmiro. Desta forma, Elano ainda comanda o time contra o Atlético-PR, domingo, em Curitiba.