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Base "nigeriana" é aposta da Inglaterra em decisão do Mundial sub-20

Kim Doo-Ho/AFP
Imagem: Kim Doo-Ho/AFP

Do UOL, em São Paulo

10/06/2017 12h00

O defensor Fikayo Tomori; os meio-campistas Josh Onomah, Sheyi Ojo e Ovie Ejaria; os atacantes Dominic Solanke e Ademola Lookman. Todos eles representarão a Inglaterra neste domingo (11), às 7h (de Brasília), contra a Venezuela, na decisão do Mundial sub-20 de futebol. Se tivessem feito escolhas diferentes, porém, os jogadores que hoje são esperanças britânicas poderiam vestir uma camisa diferente na competição disputada na Coreia do Sul. Uma das apostas da seleção europeia é essa base formada por atletas elegíveis também para defender a Nigéria.

Um caso que esteve próximo de desfecho contrário é o de Ademola Lookman, 19. O velocista forjado nas categorias de base do Charlton é descendente de nigerianos, e por isso foi constantemente cortejado pela seleção africana.

O auge das conversas aconteceu em janeiro deste ano, quando o Everton desembolsou 11 milhões de libras (R$ 46,3 milhões) para contratar o jogador. Na época, a ESPN britânica noticiou que ele estava inclinado a mudar também de seleção – a despeito de passagens por equipes nacionais da Inglaterra, aceitaria migrar para o combinado nigeriano.

A decisão de Lookman só foi confirmada em abril, quando o jogador anunciou que pretendia defender a Inglaterra no Mundial sub-20. Antes, o estafe do atacante teve uma série de reuniões com a FA (sigla que representa a federação inglesa) e discutiu todos os pormenores que envolviam o não aos nigerianos. O plano de carreira na seleção era um deles.

Ademola Lookman e Dominic Solanke - Lee Jin-man/AP - Lee Jin-man/AP
Imagem: Lee Jin-man/AP

Enquanto tentava convencer Lookman, a federação nigeriana de futebol também sondava Dominic Solanke, 19, outro jogador que nasceu na Inglaterra e tem descendência ligada ao país africano. Em dezembro do ano passado, o jornal “Guardian Nigeria” disse que até o Ministério do Esporte havia se envolvido nas conversas.

Solanke, a exemplo de Lookman, já tinha histórico longevo em seleções de base da Inglaterra. Na Nigéria, a mídia local anunciou que ele seria convocado para um amistoso da seleção principal do país africano, em março, contra Senegal. A conversa nesse sentido nunca foi adiante.

A única mudança de time que aconteceu para Solanke envolveu apenas clubes. Egresso da base do Chelsea, o atacante foi emprestado ao Vitesse entre 2014 e 2015 e voltou à equipe londrina. Em maio deste ano, porém, recebeu uma proposta do Liverpool, que se aproveitou do desfecho iminente do atual contrato e fisgou o promissor avante por apenas 3 milhões de libras (R$ 12,6 milhões).

No entanto, o inglês que esteve mais perto de defender a Nigéria foi o meio-campista Ovie Ejaria. A despeito de ter nascido no país europeu, o jogador foi convocado pelos africanos no sub-17 em 2013 e manifestou desejo de defender a seleção nas categorias seguintes.

Em 2016, depois de outra negociação arrastada, Ejaria debutou na seleção inglesa sub-20. Foi titular em uma vitória por 3 a 1 sobre a Alemanha, e desde então se transformou em presença frequente nas convocações dos britânicos.

Fikayo Tomori também é assíduo em listas da seleção inglesa sub-20, mas é outro que quase teve destino diferente. O defensor foi cortejado pela Nigéria, país de origem de sua família, mas vestiu mesmo a camisa do Canadá até o sub-20. Mudou para os britânicos apenas em maio de 2016.

A base de “nigerianos” é uma das apostas da seleção inglesa no Mundial sub-20 deste ano. Com um time que se destaca pelo aspecto físico, os britânicos atingiram uma decisão inédita. Até hoje, a melhor campanha do país no torneio foi um terceiro lugar em 1993.