Topo

Denílson lembra portas fechadas no SP em 2007 e acerto com o Palmeiras

Atacante tentou manter a forma física no São Paulo em 2007, mas foi barrado; no ano seguinte, voltou ao futebol brasileiro para defender o Palmeiras - Almeida Rocha/Folhapress
Atacante tentou manter a forma física no São Paulo em 2007, mas foi barrado; no ano seguinte, voltou ao futebol brasileiro para defender o Palmeiras Imagem: Almeida Rocha/Folhapress

Do UOL, em São Paulo

13/06/2017 23h18

Aposentado dos gramados desde 2010, o ex-atacante Denílson relembrou nesta terça-feira uma passagem de sua carreira: a chegada ao Palmeiras em 2008. E o próprio Denílson, hoje comentarista, explicou que um problema com a diretoria do São Paulo acabou levando-o ao rival na época.

Em 2007, o jogador deixou o Al-Nassr (Arábia Saudita) em fim de contrato e retornou ao Brasil. Sem time, bateu nas portas no São Paulo - clube que o revelou e pelo qual jogou entre 1994 e 1998 - para recuperar a forma. No entanto, acabou barrado pelo então diretor de futebol do clube, João Paulo de Jesus Lopes.

"Alguém lá dentro tinha que falar: 'seu João Paulo de Jesus Lopes, dá um tempo. Um cara com uma p*ta história…'", relembrou Denílson em entrevista ao canal de TV por assinatura ESPN Brasil, citando sua dedicação ao clube no início de carreira. "Aí vem uma pessoa e diz: você não pode ficar aqui. Com que direito? Com que direito ele disse: 'nesse momento não dá'? O que eu esperava era reconhecimento. Tem gente lá dentro do clube até hoje que me conhece desde garoto, e sabe como eu trato as pessoas."

Na época, Denílson chegou a começar trabalhos no clube com o fisioterapeuta Ricardo Sasaki. No entanto, a pedido de Jesus Lopes, Sasaki chamou o atacante para conversar - ali, soube da recusa dos treinos no CCT da Barra Funda.

"Eu queria manter meu condicionamento físico. Eu não estava machucado, como falaram. Eu vinha de problema no joelho, não poderia ficar em casa de pernas para o ar. Então eu iria para o São Paulo usar o Reffis", contou Denílson. "Ele disse: 'não tem como agora'. Para mim, (o São Paulo) era minha casa. Na sua casa, você pode entrar. Aí, o Sasaki, todo sem graça, vem e diz: 'você tem que pedir autorização ao seu João Paulo de Jesus Lopes. Questão de hierarquia'", completou.

Na conversa, Jesus Lopes elogiou o jogador, mas disse que as instalações do clube estavam indisponíveis no momento. Denílson então foi para casa, sem saber o que fazer. "Cheguei em casa, encontrei meu pai e minha mãe, os dois começam a chorar. Por quê? 'Trataram mal meu filho'", acrescentou.

O advogado do jogador, então, sugeriu uma alternativa: manter a forma física no Palmeiras. Receoso, o atacante aceitou e procurou o clube alviverde - que abriu as portas para os treinamentos.

"Eu chego no Palmeiras e tenho o tratamento que eu gostaria de ter tido no São Paulo. Eles poderiam chegar em mim e falar: 'treina em horário alternativo'", afirmou o ex-atacante. "(Mas) eu convivi com o Palmeiras nos mesmos horários, as mesmas rotinas. O (técnico) Caio Júnior foi claro comigo, ficou com medo de a imprensa falar de me contratar. Eu disse: 'Caio, eu estou só cuidando da parte física'."

Na época, Denílson não acertou com um clube brasileiro - com uma oferta dos Estados Unidos, foi disputar a Major League Soccer com o FC Dallas. No ano seguinte, porém, retornou ao Palmeiras - desta vez, para reforçar o elenco. No time alviverde, conquistou o Campeonato Paulista de 2008.

Rogério Ceni: um novo Dunga?

Companheiro de Rogério Ceni no São Paulo entre 1994 1998, além de ter defendido a seleção brasileira ao lado do goleiro em 2002, Denílson vê com preocupação o trabalho de Ceni como treinador do time paulista. Para o hoje comentarista da Rede Bandeirantes, a personalidade forte e a falta de experiência podem deixar uma imagem ruim do ex-camisa 01.

"Como treinador, ele não fez nada. Eu tenho medo de o Rogério ficar com uma imagem que o Dunga tem hoje", disse Denílson, indo além.

"O Rogério sempre foi um cara que decidiu tudo. Sempre chamou tudo para ele. Como treinador, não sei se isso vai ser legal para ele. Ele tem que delegar funções, porque só para ele, ele vai capengar. Precisa de ajuda", opinou.