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Muitas chances, mas... Botafogo oscila na temporada por falta de pontaria

Roger é o principal atacante e referência de gols do Botafogo nesta temporada - Thomás Santos/AGIF
Roger é o principal atacante e referência de gols do Botafogo nesta temporada Imagem: Thomás Santos/AGIF

Bernardo Gentile

Do UOL, no Rio de Janeiro

01/07/2017 04h00

O sistema de jogo do Botafogo é bem definido: uma equipe que joga defensivamente, explorando o erro do adversário. A fórmula foi de extremo sucesso em 2016 e vinha dando frutos também na atual temporada. O problema é que nos últimos dois jogos o Alvinegro apresentou uma falha preocupante: a falta de pontaria.

O fato é decisivo justamente porque o Botafogo joga correndo riscos ao chamar o adversário para o ataque. A tática faz sentido, mas desde que o time mostre eficiência nas finalizações. E isso foi um dos motivos que fizeram Sassá ser um dos destaques do último Brasileiro e artilheiro do Alvinegro na competição.

Sem o atacante, agora no Cruzeiro, o Botafogo tem utilizado Roger como titular. O camisa 9 desempenha várias funções importantes no jogo, mas não deixa sua marca com tanta frequência, apesar de ser o artilheiro da equipe no ano. Jogadores mais recuados ajudam bastante nesse sentido. Bruno Silva, por exemplo, é segundo na lista de goleadores, com seis gols.

Contra Avaí, no Nilton Santos, e Atlético-MG, no Independência, o Alvinegro teve 44 oportunidades de gols, mas não conseguiu balançar as redes do adversário e saiu derrotado em ambas oportunidades. Curiosamente, o time criou mais chances do que em outras partidas em que triunfou, como foi, por exemplo, contra o Vasco, quando fez três gols em seis finalizações.

“Faltou um pouco de calma ali no fim. O Bruno estava chateado, mas aqui é esporte em equipe. Quando perde, perde todo mundo. O Bruno é o nosso artilheiro, tem crédito. Acabou perdendo duas chances claras, mas paciência”, explicou o técnico Jair Ventura após derrota para o Atlético-MG, pela Copa do Brasil.

A sequência de derrotas coincidiu com a tentativa de Jair de tornar a equipe mais ofensiva diante do Avaí. Ele abandonou os tradicionais três volantes para usar um time com dois armadores. A derrota para o time de Santa Catarina causou um rebuliço, já que a equipe criou oportunidades, mas não conseguiu marcar. Contra o Galo, o antigo esquema voltou, mas o problema se manteve.

“É um momento muito importante para a gente e eu tenho de me reinventar sempre. Quando você ganha, as coisas ficam para trás, quando perde, a culpa é do treinador. O que me preocupa são as inverdades. Temos de parar para analisar um pouquinho, ver a performance de jogo. Se o nosso time jogou bem ou não, e se foi culpa do sistema ou não”, afirmou o treinador.

O Botafogo luta em três frentes no momento. No Brasileiro, o Alvinegro é o sétimo colocado com 15 pontos e encara o líder Corinthians, com 26, no domingo, em São Paulo. Na Copa do Brasil, os cariocas perderam para o Atlético-MG no primeiro jogo das quartas de final, em Belo Horizonte. Por fim, a Libertadores. O time de General Severiano visita o Nacional-URU, em Montevidéu, no primeiro duelo das oitavas de final na quinta-feira (dia 6).