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De Ceni a Romário: ídolos que decepcionaram como treinadores

Inzaghi fez um trabalho decepcionante como treinador - Matteo Bazzi / AP - Matteo Bazzi / AP
Inzaghi fez um trabalho decepcionante como treinador
Imagem: Matteo Bazzi / AP

Do UOL, em São Paulo

04/07/2017 04h00

Ter uma carreira vitoriosa como jogador e ser idolatrado por torcedores pode dar a um treinador todo o apoio e paciência que ele necessita para formar um time vitorioso. No entanto, nem todos os ex-atletas conseguem repetir a façanha de Diego Simeone no Atlético de Madri, Zinedine Zidane no Real Madrid, e Pep Guardiola e Johann Cruyff no Barcelona, de serem idolatrados tanto como jogadores e como técnicos.

Após eliminações precoces na Copa do Brasil e na Copa Sul-Americana, além de um 17º lugar no Campeonato Brasileiro, fizeram com que o técnico Rogério Ceni, maior ídolo da história do São Paulo, fosse demitido após sete meses de trabalho. O fracasso de um ídolo no comando não é uma exclusividade do ex-goleiro tricolor. Veja outros ídolos que fizeram trabalhos abaixo das expectativas como treinadores dos mesmos clubes.

Paulo Roberto Falcão (Internacional)

Falcão treinou o Inter em três ocasiões - Jefferson Bernardes/AFP - Jefferson Bernardes/AFP
Falcão treinou o Inter em três ocasiões
Imagem: Jefferson Bernardes/AFP

Não foi por falta de tentativas que Falcão não deu certo no Internacional como técnico. Ao todo, o ídolo da equipe, com quase 400 jogos, comandou os colorado em 3 ocasiões. Em 1993, o ex-meia foi demitido depois de deixar a equipe na 13ª colocação geral do Campeonato Brasileiro. Após 14 anos como comentarista, Falcão deixou a Rede Globo para assumir o Inter de novo em 2011. Mesmo sendo campeão gaúcho, o técnico mais uma vez deixou o clube com uma eliminação nas oitavas de final da Libertadores e uma campanha ruim no Brasileirão. Sua terceira e última passagem pelo clube teve um aproveitamento de 13%, com apenas dois empates e três derrotas, que também culminou com o rebaixamento do Inter no Brasileiro de 2016.

Dunga (Internacional)

Dunga ficou menos de um ano como técnico do Inter - Vinicius Costa/Preview.com - Vinicius Costa/Preview.com
Dunga ficou menos de um ano como técnico do Inter
Imagem: Vinicius Costa/Preview.com

O espírito aguerrido dentro do Beira-Rio como volante e os bons números apresentados com títulos na seleção brasileira deram a Dunga a credibilidade que fez o Inter anunciar sua chegada como treinador ainda no fim de 2012. O início do trabalho do técnico foi muito bom, inclusive com a conquista do Campeonato Gaúcho de 2013. No entanto, o futebol pouco atraente e a 10ª colocação no Campeonato Brasileiro, apesar de astros como Diego Forlán e Andrés D’Alessandro, fizeram com que a diretoria optasse por demitir Dunga ainda em outubro de 2013.

Romário (Vasco)

Romário como treinador do Vasco - Reuters - Reuters
Romário como treinador do Vasco
Imagem: Reuters

Após a saída de Celso Roth em 2007, Romário assumiu o Vasco em vitória contra o América (MEX) na Copa Sul-Americana. No fim do mesmo ano, Eurico Miranda anunciou o atacante, então com 41 anos, como treinador e jogador da equipe até a Taça Guanabara de 2008. Porém, sua passagem foi interrompida em fevereiro, quando Romário pediu o boné após acusar o presidente do clube de querer obrigá-lo a escalar Alan Kardec entre os titulares para uma possível venda do atacante ao futebol do exterior.

Basílio (Corinthians)

Basílio treinou o Corinthians em mais de uma ocasião - Rivaldo Gomes/Folhapress - Rivaldo Gomes/Folhapress
Basílio treinou o Corinthians em mais de uma ocasião
Imagem: Rivaldo Gomes/Folhapress

Um dos maiores ídolos da história do Corinthians não teve o mesmo sucesso de jogador como treinador. Ao todo, o ‘Pé de Anjo’ passou quatro vezes pelo comando do clube. Técnico em 1985, 1987, 1989 e em 1992, Basílio contabilizou mais de 100 jogos e sem nenhuma conquista relevante do banco, costuma ser quase exclusivamente lembrado pelos torcedores apenas como o autor do gol que deu o título do Paulistão de 1977 ao time alvinegro.

Hugo de León (Grêmio)

Hugo de León comandou o Grêmio em 2005 - José Duval/Agência RBS - José Duval/Agência RBS
Hugo de León comandou o Grêmio em 2005
Imagem: José Duval/Agência RBS

É possível se dizer que De León literalmente era a imagem do Grêmio. A foto do ex-jogador erguendo a taça da Libertadores em 1983 ensanguentado ficou eternizada na história do futebol. Após o rebaixamento do clube no Brasileirão, o uruguaio foi contratado pela diretoria em 2005 para ‘resgatar’ o espírito da equipe. Todavia, seu trabalho foi encerrado antes mesmo da Série B começar, após o time tricolor ser eliminado do Campeonato Gaúcho e da Copa do Brasil, em abril.

Toninho Cerezo (Atlético-MG)

Toninho Cerezo começou sua carreira de técnico no Atlético-MG - Bernardo Lacerda/UOL Esporte - Bernardo Lacerda/UOL Esporte
Toninho Cerezo começou sua carreira de técnico no Atlético-MG
Imagem: Bernardo Lacerda/UOL Esporte

Revelado nas categorias de base, torcedor, 12 títulos como jogador do clube e uma brilhante carreira encerrada após outras duas passagens. Toninho Cerezo tinha o apoio de toda a torcida do Atlético-MG quando iniciou sua carreira como treinador em 1999 para substituir Ricardo Drubscky. Mas a inexperiência pesou muito e o ex-volante foi dispensado antes mesmo do fim do Campeonato Mineiro daquele ano.

Leonardo (Milan)

Leonardo causou a ira da torcida do Milan - AP Photo/Antonio Calanni - AP Photo/Antonio Calanni
Leonardo causou a ira da torcida do Milan
Imagem: AP Photo/Antonio Calanni

As duas vitoriosas passagens de Leonardo como jogador pelo Milan o credenciaram a assumir o clube como dirigente logo após pendurar as chuteiras. Responsável direto pelas contratações de Thiago Silva, Pato e Kaká, o brasileiro foi anunciado como técnico da equipe em 2009, que passava por um grande processo de renovação após as aposentadorias e saídas de vários ídolos. O crescente mau desempenho da equipe, que culminou na terceira colocação do Campeonato Italiano e a difícil relação com o mandatário do clube Silvio Berlusconi fizeram com que Leonardo fosse demitido no fim da temporada. Para piorar ainda mais a situação, o brasileiro causou a ira da torcida rossonera quando aceitou uma proposta para comandar a arquirrival Inter de Milão em dezembro de 2010.

Clarence Seedorf (Milan)

Seedorf passando instruções a Balotelli em jogo do Milan - EFE/EPA/MATTEO BAZZI - EFE/EPA/MATTEO BAZZI
Seedorf passando instruções a Balotelli em jogo do Milan
Imagem: EFE/EPA/MATTEO BAZZI

Quantos jogadores largariam um clube no qual é o protagonista após levá-lo a competição mais importante do continente após 18 anos de ausência? Pois Clarence Seedorf não pensou duas vezes em encerrar sua carreira de jogador no Botafogo às vésperas da Libertadores de 2014 para assumir o Milan, que vivia uma das grandes crises de sua história. Ídolo rossonero após passagem vitoriosa entre 2002 e 2012, o holandês, que não tinha nenhuma experiência como técnico, deixou o clube na 8ª posição do Campeonato Italiano no fim da temporada e foi demitido.

Filippo Inzaghi (Milan)

O sucessor do holandês foi outro ídolo que também não possuía experiências anteriores como técnico de time profissional. No entanto, pesava a favor de Filippo Inzaghi ter sido treinador das categorias do clube, quando assumiu o Milan em 2014. Autor do gol que deu a última Liga dos Campeões em 2007 ao time italiano, o ex-atacante fez uma campanha ainda pior que Seedorf, e os rossoneros acabaram no 10º lugar do Campeonato Italiano, desencadeando em sua demissão.