Mudança no rumo de projeto motivou saída do SP, diz auxiliar de Ceni
Ex-auxiliar de Rogério Ceni, Michael Beale voltou a falar sobre a decisão tomada na última sexta-feira de deixar o São Paulo, que três dias depois demitiria também o técnico da equipe principal. O inglês afirma que havia dificuldade para estabelecer a família no Brasil, mas que isso nunca foi um problema. O pedido de demissão foi motivado por mudanças de rumo no projeto que o Tricolor havia apresentado.
"Acabei de entrar no meu sétimo mês aqui e o projeto mudou desde que deixei o Liverpool. O projeto era muito empolgante, algo no qual eu realmente acreditava. Mas, com o tempo, e por diversos motivos, ele mudou. Talvez estivesse indo numa direção na qual eu não acreditava 100%. É um clube fantástico, mas você tem de acreditar num projeto, e minha energia e foco estavam diminuindo. Eu quis ser honesto com todo mundo e não quis ficar por ficar num emprego que já não me satisfazia. Mas não houve nenhum tipo de animosidade", explicou, em entrevista ao podcast britânico My Personal Football Coach.
Beale reforçou diversas vezes que a família adora a vida no Brasil, e que o único problema foi uma indefinição sobre o visto de permanência no país. O primeiro, provisório, durou três meses e obrigou a mulher e os filhos pequenos a retornarem à Inglaterra e ficarem longe dele por dois meses. A adaptação foi tão boa, segundo o ex-auxiliar, que há a hipótese de buscar novas oportunidades no futebol brasileiro.
"Não estou fugindo. Tenho uma ou duas oportunidades para discutir termos de talvez ficar aqui. Não tenho pressa para sair do Brasil. Quero me despedir das pessoas e do clube da maneira correta. Eu tive uma experiência fantástica aqui no Brasil. Vir, aprender uma segunda língua, outra cultura, ser parte do maior clubes do país e trabalhar com estes jogadores é algo que eu guardarei com muito orgulho", exaltou.
O inglês deve assinar a rescisão com o São Paulo ainda nesta semana. Depois, viajará para a Inglaterra para resolver questões particulares e retornará ao Brasil na semana seguinte. O francês Charles Hembert, supervisor de futebol com Ceni, também foi demitido na última segunda-feira.
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