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Novos reforços, dívida e predileção de Mano podem tirar Ábila do Cruzeiro

Ramón Ábila comemora um de seus 13 gols marcados pelo Cruzeiro em 2017 - Juliana Flister/Light Press/Cruzeiro
Ramón Ábila comemora um de seus 13 gols marcados pelo Cruzeiro em 2017 Imagem: Juliana Flister/Light Press/Cruzeiro

Thiago Fernandes e Victor Martins

Do UOL, em Belo Horizonte

04/07/2017 04h00

O Cruzeiro pode se desfazer de um jogador valioso em breve. Artilheiro da equipe na atual temporada, com 13 gols assinalados, Ramón Ábila desperta interesse do Boca Juniors, da Argentina, e de clubes da Rússia e da China.

Os mineiros têm três motivos para negociar o argentino em definitivo. As chegadas de novos reforços para o ataque, o débito com o Huracán, da Argentina, ex-clube do jogador, e a predileção de Mano Menezes por outros atletas para a função exercida pelo camisa 9.

O primeiro aspecto que coloca o gringo em uma lista de possíveis negociáveis é a ideia do técnico em escalar atletas mais ágeis no setor ofensivo. Bem fisicamente, Rafael Sóbis é o escolhido do comandante para desempenhar a função de centroavante.

A mobilidade faz com que o camisa 7 jogue centralizado e pelos lados do gramado quando necessário, o que permite a infiltração dos homens de ligação - Robinho, Thiago Neves e Alisson - na área adversária.

A contratação de dois atacantes também é um aspecto que pode acelerar a saída de Ramón Ábila da Toca da Raposa II. Rafael Marques e Sassá costumam desempenhar o mesmo papel do jogador e ambos chegaram à equipe nas últimas semanas.

Rafael Marques chegou ao Cruzeiro em troca do lateral direito Mayke. O atacante desempenhou funções distintas desde que estreou pelo time de Belo Horizonte, em 21 de maio, jogando pelos flancos do campo e como homem de referência.

Sassá, por outro lado, foi envolvido no negócio que acarretou na ida de Marcos Vinícius para o Botafogo. O atleta de 23 anos joga também pelos lados do gramado e como referência. A sua contratação, inclusive, foi um pedido de Mano Menezes. Desde que chegou à Toca da Raposa II, porém, o jogador só esteve em campo por 44 minutos. O fato se deve à condição física do atleta.

Por fim, a necessidade de quitar a dívida com o Huracán, antigo clube de Ramón Ábila, exige que uma venda aconteça em breve. Os mineiros têm um débito de 1,5 milhão de dólares (R$ 4,82 milhões na cotação atual) desde 5 de dezembro do ano passado. Em 20 de junho, o time foi intimado pela Fifa para quitar o débito em até 30 dias. O fato cabe recurso.

Desde o fim do ano passado, o Huracán vem fazendo cobranças públicas ao Cruzeiro pelo não-pagamento de parcelas referentes à venda de Ramón Ábila. O time argentino alega que os mineiros ainda não pagaram US$ 1,5 milhão, valor da segunda parcela da compra do jogador e que deveria ser efetivada em dezembro de 2016.

Ábila teve 50% dos seus direitos econômicos adquiridos pelo Cruzeiro em julho de 2016 por cerca de R$ 13,5 milhões. Deste montante, o time de Belo Horizonte já desembolsou R$ 8,53 milhões (US$ 2,7 milhões) em agosto do ano passado, restando ainda efetivar o restante do pagamento, o que ainda não foi feito. Desde os últimos meses, o Cruzeiro vem tentando refinanciar o débito com o Huracán e entrar em um acordo amigável com o clube. Porém, a agremiação argentina não esteve disposta a conversar e acabou recorrendo à Fifa para tentar receber a quantia.