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Ronaldo é condenado por barrar fotógrafo em boate na Copa de 2002

Ronaldo foi destaque da Copa de 2002, mas viveu incidente polêmico fora de campo - Juca Varella / Folhapress
Ronaldo foi destaque da Copa de 2002, mas viveu incidente polêmico fora de campo Imagem: Juca Varella / Folhapress

Bruno Freitas e Bruno Thadeu

Do UOL, em São Paulo

05/07/2017 10h36

O ex-jogador Ronaldo foi condenado a indenizar o jornalista José Aveline Neto, em ação sobre episódio acontecido durante a Copa do Mundo de 2002, na Coreia do Sul. O ídolo da seleção brasileira terá de desembolsar R$ 30 mil por danos morais, mas ainda poderá recorrer da decisão.

A decisão a favor do jornalista gaúcho foi tomada pela 3ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, assinada pelo desembargador Fernando Foch, no último dia 28 de junho. 

Aveline, então editor e proprietário da revista "Goool", reclamava na Justiça dano moral por episódio na Coreia do Sul. Em 8 de junho daquele ano, após a vitória do Brasil sobre a China na primeira fase, o jornalista flagrou Ronaldo e Ronaldinho Gaúcho se divertindo em uma casa noturna da cidade de Seogwipo. Segundo relatos do profissional, o então camisa 9 da seleção tomou o equipamento de sua mão, passou a um segurança particular e não devolveu mais.

Ainda de acordo com o relato de Aveline Neto, que consta na ação, Ronaldo não quis devolver a câmera nem com a intervenção de um assessor de imprensa da CBF. O jornalista alega que tinha a autorização do estabelecimento sul-coreano para portar o equipamento naquela noite.

Em contato com a reportagem do UOL, a assessoria de comunicação de Ronaldo indicou que consultará os advogados do ex-jogador antes de divulgar ou não qualquer manifestação sobre o caso. Por sua vez, o jornalista José Aveline Neto comemorou a sentença. 

"Foi uma longa espera até este desfecho, em nome da veracidade dos fatos. Foi um sofrimento, porque eu fui tido como um paparazzi. Mas a nossa publicação tem 35 anos, vamos para nossa sexta cobertura de Copa na Rússia no ano que vem, temos muito respeito na imprensa do Rio Grande do Sul", comentou Aveline Neto em contato com a reportagem.

"É um atleta que eu admiro muito, mas não teve um comportamento adequado. Ficou com a minha câmera, acabou cerceando o meu direito de trabalhar. Minha imagem acabou ficando desgastada também em razão deste episódio", acrescentou o jornalista. 

Ainda não há informação sobre um eventual recurso por parte de Ronaldo, mas o jornalista acredita em uma decisão já definitiva. "Não sei se ele pode recorrer, mas acho que desgastaria a imagem dele. É um atleta milionário, não precisa disso. Pode levar para Brasília, mas seria melhor reconhecer o erro para seguirmos a vida", comentou Aveline Neto.

No dia do episódio na boate em Seogwipo, o Brasil derrotou a China por 4 a 0 em confronto válido ainda pela primeira fase, com um gol de Ronaldo. Adiante o centroavante acabaria como artilheiro do Mundial, anotando oito vezes, sendo duas delas na final contra a Alemanha.