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"Aqui tem comando", diz Mattos sobre crítica ao planejamento do Palmeiras

Danilo Lavieri

Do UOL, em São Paulo

14/07/2017 14h27

Não é segredo para ninguém no Palmeiras que Mustafá Contursi não gosta do trabalho de Alexandre Mattos. Independentemente de resultados, o ex-presidente sempre foi contra o profissionalismo em um clube de futebol e sua ideia segue inalterada, mesmo com a equipe sendo a atual campeão brasileira. Recentemente, ele deixou clara a sua insatisfação em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo.

Na entrevista coletiva desta sexta-feira (14), além de defender Cuca e dizer que confia no trabalho desenvolvido no clube, Mattos aproveitou para se defender das críticas que sofre por parte do grupo de Contursi.

"Eu não vou entrar na política. Mas sinceramente, não vi críticas diretas ao meu nome. O que eu vi é eles falando de 80 jogadores no clube. Vamos falar um pouco disso. Tenho um respeito enorme pela figura que ele representa. É uma pessoa que tem 40, 50 anos de clube. Não só ele, mas como vários outros aqui, como o Seraphim (del Grande, presidente do Conselho), que está aqui. São pessoas que eu aprendi a respeitar. Mas quando eu cheguei aqui, em 2015, o Palmeiras tinha 90 atletas. Desses 90, nove ou 10 estavam no elenco principal e iriam permanecer. E isso dava R$ 3,4 milhões por mês com jogadores emprestados", afirmou Mattos.

"E agora foi passando o tempo e, hoje, o Palmeiras tem 65 jogadores, sendo 31 que estão aqui, tem 32 emprestados se eu não me engano. E desses emprestados, o Palmeiras paga só R$ 800 mil. São coisas que o torcedor só quer saber porque estou falando agora. Mas isso não tem relevância. Mas mostra que tem direção, tem norte, tem comando, que tem ideias que preservam a equipe. O Palmeiras saiu de 2, 3 milhões para os R$ 800 mil. E a ideia é que não existe mais esses emprestados, só os que a gente empresta de propósito, para ganhar bagagem, ganhar rodagem", completou.

Mustafá e os conselheiros de seu grupo também pedem insistentemente a colocação de um diretor estatutário de futebol. A ideia seria alguém que pudesse trabalhar junto e fiscalizar as ações de Mattos.

Galiotte rejeita a ideia, e Alexandre questiona a origem desses pedidos. "O Palmeiras tem quase 300 conselheiros. Será que são os conselheiros ou será que são os mesmos que tem 40 anos de clube e fica ligando para blogueiro? O Maurício já falou que não existe isso e não sou eu que preciso responder", disse Mattos, que em seguida pediu para um dos chefes de comunicação ratificar durante a coletiva que o presidente não implantará nenhum diretor estatutário.

Em seguida, Mattos voltou a questionar. "Então, gente, por favor. Conselheiros? COF (Conselho de Orientação e Fiscalização)? São dois ou três que ligam para um blogueiro que a gente já conhece e ele leva a coisa para onde quer, aproveita o momento de derrota. Está entendendo?", completou.

Por fim, o diretor executivo saiu em defesa de Maurício Galiotte, que tem sido bastante criticado por estar de licença em mais um momento conturbado do time. Recentemente, a equipe estava enfrentando problemas dentro de campo, e o presidente estava como chefe de delegação da seleção brasileira na Austrália.

"Eu leio essas coisas e fico com a sensação que ele tem seis meses de Palmeiras. Primeiro: ele tem compromisso para resolver. São questões em Barcelona e é uma situação marcada há muito tempo. Segundo: para quem não sabe, o Galiotte foi vice nos últimos quatro anos, ele foi muito atuante, e pelo o que me falaram os dois primeiros anos foram muito desgastantes. Quantas vezes eu não vi ele participando das reuniões. Gente, ele tem quatro anos e meio de Palmeiras. E se estou aqui é porque ele confia em mim e renovou comigo", finalizou.