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Como Casemiro faz melhor marcador da Espanha ter dúvida em ficar no Real

Marcos Llorente atuou emprestado ao Alavés na temporada passada - Octavio Passos/Getty Image
Marcos Llorente atuou emprestado ao Alavés na temporada passada Imagem: Octavio Passos/Getty Image

João Henrique Marques

Do UOL, em Barcelona

15/07/2017 04h00

O primeiro volante Marcos Llorente, de 22 anos, deixou o Real Madrid rumo ao Alavés por empréstimo na temporada passada por conta da cadeira cativa de Casemiro no meio-campo. Por lá, teve ótimas exibições e terminou o Campeonato Espanhol como o maior ladrão de bolas. Algo que não bastou para a dúvida seguir no retorno ao clube que o formou.

É a condição de primeiro volante fixada pelo treinador Zinedine Zidane para Casemiro que ainda incomoda Llorente. Um novo empréstimo não está descartado.

Em Madri, todos ficaram impressionados com as 303 bolas recuperadas por Llorente no Campeonato Espanhol (contagem vale para desarmes e passes interceptados), em 32 jogos disputados – média de 9,5 por partida. Já o brasileiro Casemiro teve 158 bolas recuperadas na competição, em 25 jogos disputados – média de 6,32 por partida.

"Não gosto de estar no banco mesmo sendo na melhor equipe do mundo. Não posso ficar anos sem jogar por aqui", esbravejou Llorente em recente entrevista ao jornal As, de Madri.

"Não quero ser outro Casemiro. Não pretendo fazer funções dele, e sim, mostrar o meu futebol. Quero ser o Marcos Llorente e não um substituto”, complementou.

Com a expectativa criada, Llorente comunicou os dirigentes do Real que a intenção é participar da pré-temporada com o clube, mas seguir com portas abertas para um novo empréstimo até o dia 1 de setembro, data do encerramento da janela de transferências na Espanha. Um recente interesse do Betis não o animou.

Foi justamente do Betis que chegou um novo problema para Llorente. A contratação de Dani Ceballos, eleito o melhor jogador do Campeonato Europeu sub-21 disputado em janeiro – Espanha foi a vice-campeã. Na seleção, Ceballos jogou como volante ao lado de Llorente. Mas, diferentemente de Casemiro, o novo reforço também é visto como capaz de jogar na função de armador em substituição ao croata Luka Modric.

“Para mim está claro que o Casemiro terá que se empenhar ainda mais na próxima temporada. Enfim terá uma concorrência à altura. Vejo como normal a divisão de jogos entre eles a partir de agora”, opinou Tomas Roncero, repórter do jornal As, de Madri.

O moral de Casemiro com Zidane

Casemiro comemora gol de Benzema com Zidane em Real Madrid x América do México - Toshifumi Kitamura/AFP - Toshifumi Kitamura/AFP
Imagem: Toshifumi Kitamura/AFP

O meio-campo vazio foi a principal queixa apresentada por torcida e imprensa ao trabalho do antecessor de Zidane, o espanhol Rafa Benitez. Na época, as participações de Casemiro eram raridade, com o time atuando no esquema 4-3-3 tendo Modric, Kroos e James no meio-campo.

Ao assumir o time no fim de 2015, Zidane, que não contava com o então lesionado Bale, passou a escalar o Real com um jogador a mais no meio-campo, composto por Kroos, Modric, James Rodriguez e Isco. Com essa formação encarou o Atlético de Madri no Santiago Bernabéu e foi bastante criticado na derrota por 1 a 0 por também ver o time com meio campo bastante espaçado.

Sem tempo para treinamentos, com jogos importantes sucessivos entre a Liga dos Campeões e o Campeonato Espanhol, a solução apresentada por Zidane foi a entrada de Casemiro com Kroos e Modric ao lado no meio-campo. Desde então, o trio jamais esteve ameaçado de perder espaço.

Na temporada passada, a ausência de Llorente chegou a ser lamentada por Zidane por conta dos meses de setembro e outubro em que Casemiro ficou em recuperação de lesão no pé esquerdo. Foi quando o croata Mateo Kovacic ganhou espaço no time.

"Agora realmente seria um momento do Llorente. Mas ele conversou comigo na pré-temporada e vimos que era melhor ganhar oportunidade em outro clube. Com certeza pelo que está jogando vai ter espaço por aqui quando voltar", disse Zidane à época.