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Funcionários dormindo e "cavalinhos" encalhados: o atípico Vasco x Santos

Bruno Braz

Do UOL, no Rio de Janeiro

17/07/2017 04h00

Um jogo estranho. Esta foi a sensação de quem presenciou a partida entre Vasco e Santos, neste domingo, no estádio Nilton Santos, pelo Campeonato Brasileiro. Punido com a interdição de São Januário por conta das brigas no clássico com o Flamengo, o Cruzmaltino foi obrigado a atuar no local com os portões fechados. A situação atípica acabou por proporcionar fatos curiosos.

Do lado de fora, cerca de 100 torcedores se reuniram num bar nas imediações do estádio e confraternizaram com um churrasco. Vez por outra, soltavam fogos que eram ouvidos dentro de campo. Embora cientes da falta de torcida, alguns poucos comerciantes se arriscaram a tentar vender produtos, mas o cenário era desolador.

Munido com réplicas dos “cavalinhos” do programa Fantástico, da "TV Globo", um comerciante tentava, em vão, encontrar algum cruzmaltino vagando pela rua disposto a pagar R$ 50 pelo bicho de pelúcia. Embora ainda estivesse com o saco lotado, ele afirmava que tinha conseguido vender um.

Um vendedor de biscoitos se escorava no muro à espera de torcedores famintos, mas se contentava, no máximo, com policiais militares e guardas municipais que faziam a segurança do local. Mesmo com os portões fechados, o Grupamento Especial de Policiamento em Estádios (Gepe) disponibilizou cerca de 100 homens, que ainda tiveram o auxílio da cavalaria.

O marasmo do arredor, porém, fazia com que os servidores se distraíssem com seus smartphones ou criassem rodas de bate-papo.

Do lado de dentro o ambiente era sombrio. Do portão aos elevadores que dão acesso à tribuna, o silêncio era mortal e só era interrompido com o barulho do caminhar ou das sirenes que indicam os andares. Não foi difícil encontrar funcionários que trabalhavam na partida dormindo. Os poucos bares abertos atendiam, basicamente, a imprensa.

Já na parte interna, o que se ouvia eram os gritos dos jogadores em campo e a transmissão de uma rádio, que era ouvida até mesmo pelos atletas do gramado.

Uma conclusão totalmente errada de Thalles fez com que a bola parasse na arquibancada. Como não havia torcedores para devolver, a gandula precisou ir até o local para buscá-la.

No término, o apito final ecoou no Nilton Santos dando o desfecho melancólico da partida. Cerca de 15 torcedores ainda aguardaram a delegação cruzmaltina no portão para saudá-los.