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Oferta para deixar Corinthians? Nem por 'caminhão de dinheiro', diz Carille

Técnico diz que só deixa Corinthians se for demitido - Daniel Vorley/AGIF
Técnico diz que só deixa Corinthians se for demitido Imagem: Daniel Vorley/AGIF

Do UOL, em São Paulo

17/07/2017 14h10

Fábio Carille assumiu o cargo de treinador do Corinthians em 22 de dezembro. Desde então, conquistou o título do Campeonato Paulista 2017 e levou o time à liderança do Campeonato Brasileiro, com oito pontos de vantagem para o vice-líder - o time paulista tem 36 pontos, contra 28 do Grêmio.

Ainda assim, a trajetória de Carille poderia ter sido interrompida prematuramente. Em entrevista nesta segunda-feira à Rádio Jovem Pan, o treinador relembrou a sondagem que recebeu do futebol chinês no final de junho. No entanto, fez questão de explicar a recusa.

"Foi na semana do jogo contra o Grêmio (em 25 de junho). Uma pessoa queria me encontrar. Fiquei com eles por volta de 20 minutos. Antes de encontrar, procurei saber quem era. Eu cortei na hora", explicou Carille, com poucos detalhes a respeito da sondagem.

"Era uma proposta para sair agora. Não sei qual clube que era, só sei que era para a China. Mas chance nenhuma de sair do Corinthians. Só saio do Corinthians quando for mandado embora. Pode vir um caminhão de dinheiro", acrescentou.

Treinador interino do Corinthians durante o Campeonato Brasileiro de 2016, Carille superou a desconfiança para se firmar no clube em 2017. Segundo ele, o trabalho na última temporada foi fundamental para fortalecer a possibilidade de trabalhar como técnico no Corinthians.

"Eu falei no primeiro dia: não volto mais para (o cargo de) auxiliar. No primeiro dia, 22 de dezembro. Quando eles (diretoria) falaram (da possibilidade de assumir o time), eu disse: quero. Foi assim. Pode perguntar para o Alessandro, para o Flávio (Adauto)", explicou, indo além.

"Aqueles dias em que eu dirigi (o time em 2016) me fortalecerem. Me senti preparado. De preleção, de coletiva. Os resultados foram bons naquele momento. Já tenho minha comissão praticamente montada. Ainda mais agora com tudo isso que está acontecendo", completou.

Em setembro de 2016, Fábio Carille assumiu interinamente o comando do Corinthians, após a saída de Cristóvão Borges - contratado para substituir Tite. A promessa era de que poderia ficar no cargo até o final da temporada, mas Carille acabou substituído em outubro por Oswaldo de Oliveira - que foi demitido em dezembro.

A troca de comando, porém, não incomodou o técnico. "Se você lembrar bem, era para ser técnico até dezembro. Na chegada de outro profissional, do Oswaldo, eu fui um dos que deu a ideia. Para ele olhar o grupo e pedir os reforços necessários para o ano que vem", assegurou Carille, que chegou ao Corinthians como auxiliar-técnico em 2009.

A meta, porém, era ficar pouco tempo - e começar logo a carreira como treinador. "Quando eu cheguei ao Corinthians em 2009, botei na cabeça que ficaria três anos para dar sequência à carreira como técnico. Não fui porque não tive firmeza de outros clubes. Ao mesmo tempo, o Corinthians foi ficando mais aberto para mim. Recebi propostas para sair, e por pouco eu não fui", disse.

"Joguei como time pequeno? Sim"

Diante da invencibilidade no Campeonato Brasileiro, com 11 vitórias em 14 jogos, o próprio Carille se mostrou surpreso com o desempenho. Ao buscar respostas para tamanho sucesso, o técnico afirmou: não teve medo de jogar como time pequeno no começo do ano antes de ter segurança em seu trabalho.

"Eu também sabia que não ficaria se o início não fosse bom. Joguei por poucas bolas mesmo. Armei o sistema defensivo com a participação de todos; com os resultados, ia ser mais fácil trabalhar a parte ofensiva. Continua uma marcação muito forte, e produzindo para crescer na parte ofensiva", disse.

"São oito anos no Corinthians, sei que (ter) resultados ruins no início não seria bom. Joguei como time pequeno? Sim. Contra o São Bento? Sim. Depois, respeitando o trabalho do Fernando Diniz no Audax, que é um time chato de jogar. Deu um resultado acima do esperado mesmo. Acho que são 24 ou 25 jogos no ano sem tomar um gol. São números que me assustam", completou.