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Portuguesa é condenada a pagar R$ 100 mil a advogado do caso Héverton

Osvaldo Sestário foi um dos personagens envolvidos no caso Héverton, em 2013 - Reprodução
Osvaldo Sestário foi um dos personagens envolvidos no caso Héverton, em 2013 Imagem: Reprodução

Bruno Freitas e Luiza Oliveira

Do UOL, em São Paulo

18/07/2017 14h59

A Portuguesa foi condenada a pagar R$ 100 mil ao advogado Osvaldo Sestário Filho, que representava os interesses do clube no STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva), até o caso Héverton – polêmica que resultou no rebaixamento dos paulistas à Série B do Campeonato Brasileiro, em 2013.

O juiz Fernando Antônio Tasso, da 15ª Vara Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, condenou o clube a pagar indenização por danos morais a Sestário Filho, que à época fora responsabilizado por dirigentes paulistas pelo rebaixamento de 2013. A Lusa ainda pode recorrer da decisão em segunda instância. Em contato com a reportagem do UOL, Rodrigo Domingues Lopes, o vice-presidente jurídico da Portuguesa, afirmou que analisa o caso e ainda "não pode antecipar os próximos passos". 

No episódio em questão, Osvaldo Sestário Filho foi acusado por dirigentes da Lusa de não comunicar sobre uma suspensão de Héverton, aplicada pela justiça esportiva – em punição que impedia o atleta em questão de atuar na última rodada da Série A de 2013. No entanto, o meia acabou participando dos últimos minutos da partida contra o Grêmio, em infração esportiva que levou a Portuguesa a perder quatro pontos e posições na tabela.

Com a punição no STJD, a Portuguesa, que havia assegurado a permanência na elite dentro de campo, foi ultrapassada por Fluminense e Flamengo na classificação final. O clube Rubro-Negro teve punição idêntica no período, em razão da escalação irregular do lateral André Santos, mas escapou da queda graças à pena imposta à Lusa.

"Esperava (a decisão favorável), por todo o acontecido", comentou Osvaldo Sestário Filho, em contato telefônico com a reportagem.

"A exposição foi muito negativa no começo, tive uma fase muito ruim. Mas depois os fatos me deram razão. As pessoas conheciam meu modo de trabalhar", acrescentou o advogado, que já defendeu interesses de quase 100 clubes do país na Justiça Desportiva do Rio de Janeiro, onde segue atuando.

O ex-advogado da Lusa no STJD também diz entender que a decisão de indenização compensa uma rotina de truculência e pressões após o episódio de 2013.

"Foi muito difícil para os meus familiares. Eu sofri várias ameaças, minhas filhas sofreram ameaças, inclusive. Descobriam o meu número e me mandavam mensagens, sempre alguma gracinha por Whatsapp", relatou.

Depois do rebaixamento de 2013, a Portuguesa vem enfrentando um declínio esportivo. Neste ano, o clube de São Paulo foi eliminado na primeira fase da Série D do Campeonato Brasileiro e, assim, só disputará a quarta divisão do Brasileiro no próximo ano se vencer a Copa Paulista, que será disputada neste segundo semestre. Já no Estadual, a Lusa atualmente figura entre os participantes da Série A-2, equivalente à segunda divisão.