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Isolado politicamente, presidente do Vitória se afasta do cargo por 90 dias

Roberto Oliveira

Do UOL, em Recife

19/07/2017 22h28

Logo após a derrota do Vitória por 3 a 1 para o Grêmio, nesta quarta-feira (19), em Salvador, pelo Brasileirão, a diretoria do clube baiano anunciou em entrevista coletiva que o presidente Ivã de Almeida pediu licença e ficará afastado por 90 dias.

Há seis meses no cargo, Ivã estava isolado politicamente no Vitória. Mais cedo nesta quarta, o vice Agenor Gordilho, que assume interinamente a Presidência, havia se afastado expressando duras críticas ao então mandatário. Segundo ele, Almeida estava ausente e não participava do cotidiano do clube.

Em um semestre de mandato de Ivã de Almeida, os diretores de futebol e jurídico, Sinval Vieira e Augusto Vasconcelos, respectivamente, já haviam deixado a diretoria em meio à grave crise política no Barradão.

O presidente do Conselho Deliberativo, Paulo Catharino, fez o anúncio. “É um momento de abraçar os nossos jogadores, de abraçar o Vitória para que esse momento difícil possa ser traduzido em vitórias e no resgate da confiança dos jogadores que estão carentes do amparo da torcida, dos seus associados”.

O clube será comandado agora pelo vice-presidente, Agenor Gordilho. Ao final do anúncio, ele pediu apoio dos torcedores. “Se juntem a esse novo processo para preservar o Vitória que está sangrando e sendo exposto de maneira muito negativa.”

A "bomba" que explodiu na noite desta quarta vinha sendo armada desde o início da gestão de Ivã de Almeida. Há mais de dois meses, ele vinha sendo alvo de muito pressão interna no Vitória, principalmente por uma parcela dos conselheiros que chegaram a circular nos bastidores do clube um abaixo-assinado pedindo o impeachment do mandatário. 

À época, a crise foi amenizada com a saída do então diretor de futebol Sinval Vieira, substituído por Petkovic. Nesta quarta, após o afastamento do vice Agenor Gordilho, Ivã não resistiu à pressão política e pediu afastamento do cargo.