Defensor mais caro do mundo, reforço do City terminou temporada no banco
O Manchester City quebrou o recorde mundial de transferências por um defensor ao pagar uma quantia que pode variar entre 51 e 56 milhões de euros (R$ 185 a 203 milhões) pelo lateral direito Kyle Walker, superando os 50 milhões de euros (R$ 181 milhões, em valores atuais) pagos pelo PSG ao Chelsea pelo zagueiro David Luiz em 2014. O detalhe é que Walker, apesar de valorizado e membro fixo da seleção inglesa, terminou a temporada como segunda opção do Tottenham – e atrás de um atleta revelado no próprio City.
Lateral de muita força física e velocidade, Walker passou a ser preterido pelo treinador Mauricio Pochettino na reta final da última temporada. O homem que começou a rivalizar com ele pela posição, Kieran Trippier, é visto na Inglaterra como um lateral menos potente fisicamente, mas mais técnico e eficaz nos cruzamentos. Na última convocação da seleção, ambos foram chamados por Gareth Southgate.
Trippier, 26 anos, começou a carreira no próprio Manchester City, em 2007. Porém, nunca obteve chances no time principal e acabou saindo pela porta dos fundos, sendo vendido ao Burnley em 2012. Fez boas campanhas na segunda divisão e chamou atenção do Tottenham, que o comprou por 3,5 milhões de libras em 2015.
No time londrino, Trippier inicialmente não ameaçou a titularidade de Walker, tido como incontestável no clube e na seleção. Mas a coisa começou a mudar definitivamente a partir de março deste ano: ele foi titular em um duelo contra o Millwall pela Copa da Inglaterra e foi bem na vitória por 6 a 0.
A partir de então, Pochettino começou a instaurar um rodízio entre seus laterais. Mas não foi um mero revezamento, com chances iguais para ambos: afinal, nos três jogos mais importantes do fim da temporada, Trippier jogou, e Walker assistiu do banco. O novato foi titular na semifinal da Copa da Inglaterra contra o Chelsea e nos encontros com Arsenal e Manchester United pelo Campeonato Inglês.
A repentina condição de reserva em partidas importantes não caiu bem para Walker, e foi o começo do fim do ciclo do jogador no Tottenham. Insatisfeito, ele pediu uma conversa com Pochettino e acabou negociando sua saída para o City. Já Trippier, mais prestigiado que nunca e agora jogador de seleção, renovou contrato por cinco anos, até 2022.
Apesar da disputa por posição, Trippier sempre assegurou que a relação entre ele e Walker era a melhor possível. "Quem quer que jogue, sempre estamos lá para apoiar um ao outro. Os dois querem jogar, mas se ele for escolhido, vou torcer por ele. Se eu for escalado, sei que ele fará o mesmo por mim", disse o atleta em junho.
Agora, com rumos separados, Trippier tem caminho aberto para se consolidar de vez como o dono da lateral direita do Tottenham. Já Walker encontrará no City mais concorrência: o time de Pep Guardiola fechou nesta semana a contratação do brasileiro Danilo, ex-Real Madrid. A próxima temporada do futebol europeu será crucial para determinar quem nessa história fez o melhor negócio.
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