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Hernanes crava São Paulo fora da zona do rebaixamento: "Vamos nos salvar"

Bruno Grossi e José Eduardo Martins

Do UOL, em São Paulo (SP)

25/07/2017 13h29

O momento do São Paulo pode não ser o esperado. Mesmo assim, Hernanes mostrou otimismo em sua apresentação oficial no Tricolor nesta terça-feira (25), no CT da Barra Funda. Conhecido como "Profeta" em sua primeira passagem pelo clube entre 2001 e 2010, o jogador fez uma espécie de previsão: bancou que o Tricolor consegue deixar a zona do rebaixamento do Campeonato Brasileiro em breve.

"Não gosto de falar negativamente. Nós vamos nos salvar. Isso eu já cravei. Não sei se agora ou depois, mas vamos. Até pelos sinais que vi. O torcedor comparecer em 50 mil pessoas numa segunda-feira é uma demonstração de força das arquibancadas. Vi o time, no segundo tempo, lutando com todas as possibilidades diante de um adversário fortíssimo que é o Grêmio, até com chance de virar o jogo. Esses sinais são evidências de que o trem está sendo invertido. O segundo semestre será mais positivo", afirmou Hernanes, em referência ao jogo da última segunda, quando ele foi apresentado ao público no gramado do Morumbi. 

O jogador, que assinou empréstimo de um ano com o clube, fez questão de destacar a qualidade da equipe parar vislumbrar dias melhores na competição nacional. 

"Tem elenco, tem qualidade, mas o futebol tem vários fatores que determinam os resultados. Passei por times na minha carreira que tinham isso. Na Inter de Milão, era um grande time que não dava liga. Não adianta só ter grandes nomes, eles precisam se encaixar. Isso requer tempo. O São Paulo já mudou bastante neste ano, então é difícil que os grandes jogadores consigam mostrar isso em conjunto. Tem que ser trabalhado e dar tempo para acontecer", disse Hernanes, que destacou a importância do apoio do torcedores nesta fase.

Veja, abaixo, os principais trechos da entrevista de Hernanes:

Não ser rebaixado é o 1º pensamento em qualquer campeonato

Sempre que vamos começar o campeonato, o pensamento é não ser rebaixado. Sempre penso assim na carreira. Quando vamos conquistando os pontos, vou traçando outros objetivos. Ainda tem muito tempo e qualidade no elenco, e se pode ver que há trabalho para acontecer. A reação de espírito e coração, torcedor junto, é algo que está se materializando

Estreia contra o Botafogo?

Acredito que estou pronto. Estava treinando normalmente na China. Faz um ano e meio que não perco um treinamento, nem por problema físico. Todos os dias presente. Ritmo talvez falte, mas pronto. Quem vai dizer é o tapete verde. A gente pensa, mas é lá no tapete que define. Vamos ver os treinos para ver o que o Dorival vai decidir. Nos objetivos, me ponho no direito de tê-los secretamente, como sempre fiz. Só quando vem a inspiração eu declaro as coisas. Prefiro sonhar e planejar em segredo

Voltar ao São Paulo não estava nos planos

Costumo dizer que a nossa vida de jogador é uma sucessiva sucessão de sucessões que se sucedem sucessivamente (risos). Nos meus planos, a ideia não era retornar agora. Tínhamos alguns contatos, mas desde janeiro mudei, dei o sinal verde de poder voltar. Em janeiro não deu certo, agora teve de novo a oportunidade e eu nem pensei muito. Até porque a janela estava fechando. Tentei ser coerente com uma decisão que tomei há seis meses. Aconteceu, foi de coração. Não pensei na situação do time. A porta se abriu e eu disse sim, não tem muitos porquês, é mais coração

Não viu a má fase do São Paulo por estar na China

Tenho de ser sincero que não acompanhava de perto esses últimos jogos, por causa do fuso na China. Era só a classificação, tabela. Quando vi o time chegando perto da zona de rebaixamento, quando entrou, pensava que não era o lugar do São Paulo. Isso mexeu comigo. O objetivo do momento, a curto prazo, é sair da zona de rebaixamento. Não tem que pensar em outra coisa a não ser isso

Qual posição vai jogar?

Quando comecei, era o 3-5-2 com dois volantes fixos, mas ao longo dos anos eu fui avançando, éramos dois meias. A quantidade de gols que comecei a fazer cresceu demais por jogar mais avançado. A posição mais ofensiva que joguei foi na Lazio, quase como um atacante, e depois na Inter voltei a fazer essa função. Percebi que jogando mais à frente da posição que iniciei e fiz na Juventus, poderia fazer e contribuir mais com finalizações e gols. Ainda não conversei com Dorival, mas vamos falar e encontrar a melhor solução

Leco faz menção honrosa a Waldir Peres

Durante a apresentação, o presidente do São Paulo, Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, lamentou a morte de Waldir Peres, no domingo (23). O goleiro, que defendeu o clube entre 1973 e 1984. Pelo Tricolor, o arqueiro disputou 617 jogos – sendo aquele que mais vestiu a camisa do clube até ser superado por Rogério Ceni.

"Começo com uma menção de tristeza pelo falecimento de Waldir Peres, que honrou nossa camisa tendo sido aquele que a vestiu por um número excepcional de jogos, só inferior ao de Ceni. Um homem que conquistou três títulos paulistas e um brasileiro e cuja morte prematura nos entristece muito", disse Leco.