'Profetinha' e xodó de Cotia, Lucas Fernandes sofre para superar lesões
Lyanco, Luiz Araújo e David Neres. Promessas valorizadas em Cotia e no time profissional do São Paulo. Nenhum deles, no entanto, tem o tamanho do carinho e da aposta que o clube tem em Lucas Fernandes. Há um ano e meio no elenco principal, o meia, de apenas 19 anos, empolga pela qualidade técnica e pela leitura de jogo, mas tem sofrido com recorrentes problemas físicos.
Na base, ele era um dos xodós do técnico André Jardine e ficou conhecido pelo gol do título da Copa Libertadores sub-20, em 2016. Só que os prognósticos ainda não se cumpriram no profissional. De fevereiro do mesmo ano até agora, Lucas disputou 23 partidas pelo time de cima. Na temporada passada, quando passou a ser arma do argentino Edgardo Bauza para o segundo tempo dos jogos, ele era cotado para herdar a vaga do lesionado Paulo Henrique Ganso na semifinal da Libertadores, mas rompeu os ligamentos do joelho esquerdo. Aproveitou os quase sete meses de recuperação para também operar o ombro esquerdo, devido a problema crônico que causava seguidos deslocamentos.
"Ele tem de participar mais do jogo, como fez nas primeiras vezes em que entrou, mas é importante ter marcado o primeiro como profissional", destacou Patón após vitória por 1 a 0 sobre o Botafogo, na primeira rodada do Campeonato Brasileiro de 2016. Bauza lamentou demais a baixa da promessa que lançou e ficou sem opções para o setor de criação diante do Atlético Nacional.
O tempo passou. Rogério Ceni assumiu o time e esperava fazer de Lucas um meio-campista moderno, mais recuado e participativo. A volta aos gramados, no entanto, veio com insegurança, jogos abaixo do esperado, e poucas oportunidades sob o comando do ex-goleiro - apenas seis partidas, nenhuma como titular - e uma lesão na coxa esquerda.
Agora, nos quatro compromissos com Dorival Júnior, foi usado em três e por pouco não começou com o embate com o Grêmio na última segunda-feira. Perdeu a vaga para Marcinho, mas entrou no segundo tempo e garantiu o empate em 1 a 1 ao marcar o segundo gol como profissional. A chance de se afirmar, porém, novamente foi interrompida por lesão na coxa esquerda. Duas semanas de molho, no mínimo, para o garoto que chegou a ser comparado com Hernanes e chamado de "Profetinha" por ser ambidestro e ter potencial em chutes de fora da área e bolas paradas.
"Fico feliz de ser exemplo e inspiração neste momento. Fiquei feliz pelo gol do Lucas, que ajudou bastante e não deixou apagar a chama do torcedor. Sair com a derrota com o estádio lotado poderia apagar a chama, mas ele manteve acesa. Parabéns à base do São Paulo", exaltou Hernanes em sua apresentação no CT da Barra Funda na última terça-feira.
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