Técnico português recorre a embaixada para rescindir com clube do Egito
O técnico português Augusto Inácio conseguiu nesta quinta-feira sua rescisão de contrato com o Zamalek (Egito). No entanto, teve trabalho para tal, precisando até mesmo recorrer à embaixada portuguesa no Cairo.
Contratado pelo clube egípcio em 4 de abril, Inácio vinha se desentendendo com o presidente da equipe, Mortada Mansour. Na terça-feira, em entrevista coletiva, fez duras criticas ao dirigente – segundo o técnico, Mansour estaria interferindo em seu trabalho à frente do elenco e vinha contando mentiras a seu respeito à imprensa.
“O presidente pode me atacar com tudo que quiser, mas não pode dizer mentiras. Isso eu não aceito”, disse o português na entrevista coletiva.
“Ele está farto de dizer que eu quero mandar o (meia-atacante) Shikabala embora. Reparem só na lógica disto: antes de eu chegar, Shikabala só tinha feito um jogo; eu cheguei e Shikabala começou a jogar. Faz algum sentido agora eu dizer quero mandar o Shikabala embora? OK, então vou ser mais claro: o presidente Mortada Mansour quer mandar o Shikabala embora”, completou.
Ainda de acordo com treinador, o presidente do Zamalek o acusou de agredir um jogador dentro do ônibus da delegação. Entretanto, segundo Inácio, “todo o ônibus é testemunha” de que não houve agressão. “Para resolver minhas coisas, eu não preciso de murros e pontapés. Homem que é homem fala as coisas olhando nos olhos e resolve a coisa olhando nos olhos”, disse.
A entrevista aconteceu um dia antes da partida fora de casa contra o Al-Ahed (Líbano), válida pela segunda rodada do Grupo B do Arab Club Championship 2016/2017 – um torneio disputado por clubes do Oriente Médio e do norte da África. No mesmo dia, o próprio Mortada Mansour respondeu ao técnico.
“Os comentários dele ficam na lata de lixo até o final do jogo. Ele será o treinador nesta partida, mas quer destruir a equipe antes de um jogo decisivo em uma competição importante. Perdeu a cabeça”, afirmou, em declarações publicadas pelo site FilGoal.
Derrotado por 1 a 0, o técnico estava retido pelo clube no Cairo desde o retorno da cidade de Alexandria, onde aconteceu a partida. Inácio então recorreu à embaixada portuguesa no Egito para deixar as instalações da equipe.
Um membro da embaixada se reuniu nesta quinta-feira com o técnico e com o presidente do Zamalek. Na reunião, decidiu-se então pela saída do português com direito a uma indenização. O clube ainda não anunciou o nome de seu sucessor.
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