Quinteto transforma São Paulo em time mais solidário contra a crise
O São Paulo ainda não comemora uma reação, mas não esconde o clima de esperança por dias melhores no Campeonato Brasileiro. Do martírio de seis rodadas na zona de rebaixamento à pretensão de metas mais altas, o clube se apoia na construção de uma espinha dorsal considerada decisiva na equipe de Dorival Júnior. Na faixa central do campo, lideram o elenco Rodrigo Caio, Jucilei, Petros, Hernanes e Pratto.
A confiança no quinteto reforça uma tentativa da diretoria em contar com nomes de peso, que possam decidir os jogos, mas que apresentem espírito solidário e assumam responsabilidades. Uma forma de tornar o time mais experiente, menos ingênuo e vulnerável a momentos conturbados como os vividos desde o ano passado, quando Rodrigo Caio era praticamente figura solitária para defender, cobrar e ser exemplo aos companheiros. O zagueiro defende o Tricolor desde os 11 anos e é o atleta no grupo atual com mais partidas pelo clube: 234.
Essas funções passaram a ter novos pilares quando o Tricolor encarou as eliminações seguidas no Campeonato Paulista, na Copa do Brasil e na Copa Sul-Americana. Apareceram as lideranças de Jucilei e Petros, destaques técnicos com desarmes e gols, respectivamente, e para blindar os colegas e o então técnico Rogério Ceni. Ambos entraram na linha de frente na crise, mesmo com o risco de sofrer com o excesso de responsabilidades.
Na janela de transferências internacionais do meio do ano, os dirigentes enxergaram em Petros e Hernanes mais representantes dessa classe de jogadores que podem desequilibrar uma partida e mudar o ambiente no elenco. Petros, com apenas sete jogos em um mês, já dá preleções e se preocupa em motivar o time. Tudo parte do "desafio que poucos aceitariam", como o próprio volante definiu.
Hernanes é visto como a peça que condensa todas as características dos outros quatro membros da espinha dorsal tricolor. Tem identificação com o clube como Rodrigo, a raça de Jucilei, a liderança de Petros e o poder de decisão de Pratto. Uma ponte do grupo com a torcida, cada vez mais próxima dos atletas e apontada como responsável pelo princípio de reação. Para o duelo desta quinta-feira no Morumbi, às 19h30, contra o Coritiba, já foram vendidos mais de 30 mil ingressos.
O quinteto dá ainda a segurança que os jogadores mais afetados pelos maus resultados precisavam para recuperar a confiança. Um exemplo é Cueva, que passou quatro meses sem marcar um gol ou dar uma assistência e já dá sinais de recuperação. Nas últimas três partidas, que marcam breve série invicta do São Paulo, foi às redes uma vez, deu duas assistências e ainda participou da construção das jogadas de outros três tentos.
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