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Botafogo mostra cansaço e falha em manutenção da fórmula de sucesso de Jair

Bernardo Gentile

Do UOL, no Rio de Janeiro

03/08/2017 04h00

Desde que Jair Ventura assumiu o Botafogo, a equipe tem uma maneira muito bem definida de como jogar. Sem nenhum craque, o time mostrava a força por meio do conjunto e bastante entrega em cada partida. A maratona de jogos, porém, gerou um preço e o Alvinegro falhou na missão de manter a fórmula de sucesso do treinador.

Diante São Paulo e Palmeiras, o Botafogo apresentou cansaço a partir do meio do segundo tempo e acabou derrotado em ambas oportunidades no Nilton Santos (Engenhão). Diante do Tricolor, vencia por 3 a 1 até os 35min da etapa complementar, quando viu o rival conseguir a virada.

Contra o Palmeiras, na última quarta-feira, arrancou empate no início do segundo tempo, mas não conseguiu manter o padrão tático defensivo e sofreu novo revés. Um exemplo claro do cansaço e da falha na marcação ocorreu com Rodrigo Pimpão, que não conseguiu acompanhar o adversário pelo lado que resultou no gol de Deyverson.

“Realmente é uma situação que está chamando atenção tomar gols no final da partida. Temos que levantar o motivo. Não posso ficar falando toda hora de cansaço, pois muitos times passam por isso”, disse Jair Ventura evitando dar desculpas.

O problema é que o cansaço tem atingido em cheio uma das peças mais importantes do Botafogo: Rodrigo Pimpão. O atacante é responsável por fechar o lado esquerdo quando o time está sem a bola. A missão exige bastante do condicionamento físico, que visivelmente está se esgotando no segundo tempo.

Diante do Palmeiras, Jair, após promover a estreia de Léo Valência e arrancar empate, viu Matheus Fernandes pedir para sair. Em busca da vitória o treinador mandou a equipe para frente, com o atacante Guilherme. A alteração fez com que Bruno Silva fosse centralizado, e Pimpão, cansado, fosse para o lado direito. Automaticamente o time caiu de produção e cessou a pressão que fazia no adversário em busca da vitória. Pior, perdeu em poder de marcação e sofreu o gol da derrota.

“O Matheus pedia para sair. Quando você coloca mais um volante ganha marcação e quando coloca um atacante busca o gol. A gente tem que arriscar e colocar atacante quando precisa do resultado. Vejo uma situação muito em cima do resultado. Tanto que o gol do Palmeiras não sai pelo meio, após tirar o volante, mas em uma dobra [dois adversários contra um] na lateral direita [Luis Ricardo]”, explicou o treinador, que indiretamente admitiu a falha de marcação de Pimpão.

Botafogo deverá poupar contra Cruzeiro

Claramente afetado pelo cansaço, o Botafogo deverá poupar vários titulares contra o Cruzeiro, no domingo, no Mineirão. Isso porque quatro dias depois, o Alvinegro terá o jogo de volta contra o Nacional-URU pelas oitavas de final da Libertadores, prioridade do clube.

“Será mantido [planejamento], mas que fiquei bem claro. Não estamos abdicando no Brasileiro, competição difícil. Estamos há quatro jogos sem vencer, mas também sem perder posição. É muito equilibrado. Não tenho que me preocupar com os outros. Precisamos voltar a vencer. Em algum momento teremos que poupar. Com força máxima já é difícil, poupando dificulta ainda mais. Mas é aquilo. Botafogo tem mais de 100 anos e nunca havia chegado tão longe simultaneamente na Copa do Brasil e Libertadores. Temos que priorizar e descansar para chegar com força física maior”, finalizou.