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Campeão brasileiro pelo Cruzeiro se diz fã de Cuca e celebra vida na China

Anselmo Ramon em ação pelo Hangzhou Greentown FC  - Divulgação
Anselmo Ramon em ação pelo Hangzhou Greentown FC Imagem: Divulgação

Thiago Fernandes

Do UOL, em Belo Horizonte

04/08/2017 11h00

Anselmo Ramon virou referência no futebol chinês. Embora sua equipe, Hangzhou Greentown, dispute a League One, equivalente à segunda divisão do país, o atacante que venceu o Brasileirão 2013 pelo Cruzeiro é unanimidade.

Autor de 38 gols em 80 partidas disputadas pela equipe asiática, o centroavante concedeu exclusiva ao UOL Esporte e fez elogios a Cuca, atual campeão brasileiro e responsável por solicitar a sua manutenção na Toca da Raposa II em 2011:

"É um treinador de alto nível, que eu tenho grande admiração. Não só por ter me utilizado na época no Cruzeiro, mas pelo trabalho. Quem acompanha sabe da qualidade do trabalho de Cuca. Acredito, sim, que foi um dos melhores treinadores que já trabalhei em minha carreira. Torço muito por ele", afirmou.

12/04/2013 - Atacante Anselmo Ramon durante jogo-treino do Cruzeiro contra Betim - Washington Alves/Vipcomm - Washington Alves/Vipcomm
Imagem: Washington Alves/Vipcomm

No bate-papo com a reportagem, o atacante de 29 anos relembrou a passagem pelo Cruzeiro, comentou o momento no futebol chinês e destacou os principais sonhos da carreira. Confira, abaixo, a conversa com o atleta:

Viveu momentos bons e ruins com as cores do Cruzeiro. Como avalia a sua passagem pelo clube mineiro?
Avalio de forma positiva. Evitamos um rebaixamento para a Série B em 2011, e isso era algo que marcaria de forma negativa a carreira de todos no clube, fizemos um Brasileirão regular em 2012 e no ano seguinte o clube conquistou o título da competição. Além dos clássicos, que sempre tive bom desempenho, graças a Deus. Foram três anos muito intensos no clube.

Você participou da campanha que culminou no título brasileiro de 2013. Crê que, no período em que esteve na Toca da Raposa II, faltaram oportunidades do técnico Marcelo Oliveira?
Claro que trabalhei muito para jogar, estar em campo e ajudando de forma mais incisiva, mas na época foi opção do treinador e eu respeito muito isso. Não fico achando que está tudo errado. Pelo contrário: trabalho para conquistar meu espaço. Marcelo é um grande treinador e não foi à toa que conquistou o título naquele ano.

Atacante Anselmo Ramon durante treino do Cruzeiro na Toca da Raposa II (1/12/2012) - Denilton Dias/Vipcomm - Denilton Dias/Vipcomm
Imagem: Denilton Dias/Vipcomm

Antes da chegada ao Cruzeiro, você atuou em clubes do Brasil e do exterior. O que pode dizer sobre as experiências no Japão e na Romênia?
O Japão é um país fantástico, com um futebol muito organizado. Tudo lá funciona muito bem e eles valorizam muito os jogadores brasileiros. Foi uma experiência fantástica. Na Romênia foi uma experiência positiva também. Apesar de não ter a mesma organização do Japão, por exemplo, o futebol é muito forte.

Está na China desde 2014, antes de o país se tornar uma potência do futebol em termos de contratações. Tornou-se um jogador badalado no esporte local. O que mudou desde lá?
O que mudou foi que o futebol está evoluindo a cada ano e os jogadores estrangeiros estão ajudando bastante neste sentido. Os clubes chineses estão investindo muito para se tornarem uma potência. Estou aqui desde 2014 e tenho acompanhado de perto isso.

O que precisou fazer para se adaptar à cultura asiática? É muito diferente do que se vive no Brasil?
A cultura é muito diferente, mas não foi tão difícil essa questão de adaptação, pelo menos para mim, que havia passado pelo Japão. Brasileiro costuma se virar fácil em todos os lugares e comigo não foi diferente. Procurei conhecer a cultura local logo que cheguei para não passar dificuldades.

7 fev 2014 - Atacante Anselmo Ramon durante a apresentação ao seu novo clube, o Hangzhou Greentow, da China - Divulgação - Divulgação
Imagem: Divulgação

O que costuma fazer no tempo livre na China. Há muitas opções de lazer para estrangeiros?
Procuro sempre sair com a família para conhecer os restaurantes, shoppings e a parte cultural da minha cidade, Hangzhou. Temos muitas opções de lazer, sim. A China é um país que vem crescendo anualmente. Não falta nada para mim na cidade. Isso é muito importante.

O que mais sente falta do Brasil? A família, os amigos ou a cultura do país mesmo?
Sentimos falta de tudo, mas hoje em dia tudo é muito mais fácil. Você consegue falar com os familiares e amigos de todas as formas, além das informações, que são muito mais rápidas. Isso termina minimizando essa saudade. Nas férias procuramos aproveitar muito também.

Aos 29 anos, ainda tem muita lenha para queimar no futebol. Já recebeu ofertas para outros países ou de clubes maiores do futebol chinês? O que vislumbra para a sua carreira?
Sempre chegam sondagens, mas procuro viver muito o momento. Tenho um contrato com o Hangzhou até o fim desta temporada. Meu pensamento é fazer um grande segundo semestre para ajudar a equipe a retornar para a primeira divisão do futebol chinês. Esse é o meu foco.

Qual o seu maior sonho neste momento da carreira?
Vivo muito o presente e ele está aqui no Hangzhou. Tenho contrato até o fim do ano com o clube e meu foco é encerrá-lo da melhor forma possível, jogando e fazendo gols para ajudar a equipe a conquistar seus objetivos este ano.

Quando pretende voltar ao Brasil? Gostaria de retornar ao Cruzeiro? Algum clube já te procurou?
Não procuro pensar muito no futuro. Vou cumprir meu contrato aqui na China e esperar para ver o que vai acontecer. O mais importante é que estou feliz e focado em terminar bem esta temporada.