Mancini, trégua política e até sal grosso no gol: Vitória começa a reagir
Em menos de dez dias, o Vitória foi do caos político e esportivo a um momento de tranquilidade. O rubro-negro baiano começou a semana passada sem técnico, após a demissão de Alexandre Gallo, sem responsável pelo departamento de futebol, depois da saída de Petkovic, e com o presidente em exercício, Agenor Gordilho, com dificuldades para estabelecer uma diretoria em meio ao entra e sai de dirigentes.
A chegada do técnico Vagner Mancini, a contratação do gerente de futebol Cleber Giglio e uma trégua política nos bastidores, no entanto, foram decisivos para que o Vitória deixasse o sopé da crise generalizada em que se encontrava. O resultado dentro de campo foi imediato: empate fora de casa contra o Cruzeiro e vitória após quase dois meses no Barradão. Há sinais de reação.
Se não deixou a zona de rebaixamento nem a vice-lanterna do Brasileirão, pelo menos viu o elenco reerguer a cabeça e ficar a quatro pontos do rival Bahia, primeiro time fora da degola, a uma rodada do fim do primeiro turno. Para buscar a recuperação no campeonato, o Vitória lançou mão até da superstição: colocou sal grosso nas duas metas do Barradão na última partida, 3 a 1 contra a Ponte Preta, na quarta-feira (2).
O primeiro fator que explica a mudança de ares no Vitória é a reorganização do departamento de futebol. Na semana passada, o clube chegou a suspender momentaneamente as entrevistas coletivas no Barradão, porque não havia quem respondesse pelo futebol do clube. No dia seguinte, Mancini e Giglio foram apresentados.
A chegada de Mancini foi elogiada pelos principais lideres do elenco, como o volante Uilliam Correia, que se referiu ao técnico como "o cara certo", e produziu efeito positivo instantâneo. Treinador com mais jogos pelo clube, ele retomou a tão pedida utilização dos garotos da base, uma marca do Vitória, fez voltar a render jogadores mais badalados, como Neilton, e reergueu a confiança dos atletas, que não conseguiam esconder o desânimo nem mesmo dentro de campo.
Em entrevista ao UOL Esporte, o presidente em exercício, Agenor Gordilho, destacou as implicações da chegada de Mancini.
"Surtiu muito efeito, é o treinador que mais defendeu o clube na historia, com cinco passagens e todas elas positivas. Além da parte técnica, é um motivador de grupo e tem bom relacionamento com o plantel. Técnico que por onde passou deixou boa imagem. Houve uma motivação geral. Contra a Ponte, fizemos nossa melhor partida no ano, estamos muito animados. O que nós queremos é a manutenção na Série A", sublinhou Gordilho, vice-presidente que assumiu após pedido de licença do então mandatário Ivã de Almeida.
A política, por sinal, é o segundo fator preponderante para explicar suspiro do Vitória. Desde o início da gestão Ivâ de Almeida, no início do ano, o clube viveu chacoalhado por turbulências. Houve ameaça de impeachment do presidente, queda de dois diretores de futebol (Sinval Vieira e Petkovic), quatro técnicos em 2017 e vazamento de documentos e informações confidenciais. O auge da crise aconteceu com o pedido de afastamento de Ivã, isolado politicamente no clube. Virada a página da crise, o Vitória vive uma trégua política nos bastidores.
"Com relação à política, estou aqui de portas abertas pra agregar todos os ex-presidentes, dirigentes, conselheiros e torcedores. Queremos viver em paz, que todos participem do clube. Profissionalização, transparência, conselho fiscal atuante, nos fiscalizando, retomamos a democracia no novo estatuto, que veio para ficar. Acredito que todos vamos entender e vamos somar na hora que o clube precisa de todos pra ficar na Série A. Precisamos ajudar o clube e dar paz ao nosso elenco profissional para sair dessa situação", explicou Gordilho.
Entre as movimentações políticas significativas, está a volta de nomes fortes nos bastidores do clube. Entre eles, Albérico Mascarenhas, ex-secretário da Fazenda da Bahia, o deputado federal José Alves Rocha (PR-BA), que exerce seu sexto mandato consecutivo e é ex-presidente do Vitória, e o senador Otto Alencar (PSD-BA).
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