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Paz próxima? Pedido de Neymar ao PSG faz Santos cogitar retirar processo

Santos deve receber 4% do valor total da transferência de Neymar ao PSG, da França - Aurelien Meunier/Getty Images
Santos deve receber 4% do valor total da transferência de Neymar ao PSG, da França Imagem: Aurelien Meunier/Getty Images

Samir Carvalho

Do UOL, em Santos (SP)

04/08/2017 15h10

A paz entre Santos e Neymar pode estar mais próxima após o craque interceder para que o clube paulista receba cerca de R$ 33 milhões do Paris Saint-Germain (FRA), referente à indenização prevista no mecanismo de solidariedade da Fifa. O valor é equivalente a 4% dos R$ 820 milhões que o clube francês investiu para tirar o atacante do Barcelona, da Espanha. A indenização prevê até 5% do valor total da transferência.

O UOL Esporte apurou junto ao estafe do jogador e da equipe alvinegra que após receber o recado de Neymar sobre o seu pedido feito ao PSG, o Santos já cogita retirar o processo na Justiça contra o seu ex-camisa 11.

Em 2015, o Santos interpôs uma demanda arbitral diante da Fifa contra o jogador, seu pai, Neymar da Silva Santos Júnior, Neymar Sport e Marketing S/S Limitada [Neymar Sports], e o Barcelona, da Espanha, todos envolvidos na transação que levou o craque ao clube catalão em 2013.

Recentemente, a Fifa condenou o Barcelona a indenizar o Santos, mas absolveu Neymar. Não satisfeito, o clube paulista recorreu ao Tribunal Arbitral do Esporte [TAS], passando assim para o âmbito judicial.

A diretoria santista cobra a diferença do valor anunciado (57 milhões de euros), no dia da transação, 31 de março de 2013, com o valor confirmado pela justiça espanhola (83 milhões de euros). Os advogados do clube pretendiam, inclusive, receber a diferença com juros. Vale ressaltar que o Santos, neste caso, teria que repassar a porcentagem dessa diferença questionada a DIS, que detinha 40% dos direitos de Neymar.

Santos utiliza caso de volante do Bayern para receber indenização

O departamento jurídico do Santos já trabalhava para não ser surpreendido e receber como clube formador na venda de Neymar para o Paris Saint-Germain. A estratégia é utilizar casos similares, aprovados pela Fifa, caso não receba o pagamento do mecanismo de solidariedade, criado pela entidade para os clubes formadores.

O principal caso levantado é o do volante Javi Martínez, negociado pelo Athletic Bilbao (ESP) com o Bayern de Munique (ALE), em 2012. A transferência foi concretizada pelos alemães com o pagamento da multa contratual de 40 milhões de euros.

O Osasuna (ESP) exigiu cerca de 800 mil euros na época por participar da formação do meio-campista. Mesmo com um valor menor se comparado ao de Neymar, as partes relutaram a pagar por se tratar de uma negociação com o pagamento de multa, quebra unilateral de contrato, mas a intervenção da entidade deu ganho ao clube espanhol.

Martínez é só um dos casos apurados pelos advogados do clube. O Santos já conseguiu situações semelhantes em 2005, 2015 e 2016. Em todos estes o Tribunal Arbitral do Esporte (TAS) e a Fifa não identificam as partes envolvidas.

O sinal de alerta na Vila Belmiro se deu por uma informação divulgada pelo UOL Esporte. A negociação de saída de Neymar do Barcelona (ESP) está sendo estruturada para que não seja pago o percentual ao Santos como time formador. A tese dos clubes envolvidos no negócio é que pagamento de multa não é venda e portanto não obriga o repasse ao percentual de solidariedade.