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Zé Ricardo abalado, diretoria dividida e ano em xeque: a crise do Flamengo

Rodrigo Caetano, Mozer, Fred Luz e o presidente Bandeira de Mello caminham pelo CT - Gilvan de Souza/ Flamengo - Gilvan de Souza/ Flamengo
Rodrigo Caetano, Fred Luz e Bandeira de Mello: trio comanda o futebol do Flamengo
Imagem: Gilvan de Souza/ Flamengo

Vinicius Castro

Do UOL, no Rio de Janeiro

04/08/2017 04h00

O Flamengo atravessa um momento bastante delicado na temporada. O time está pressionado pelo resultado aquém do investimento e precisa resolver os problemas para estancar a crise. O panorama vai desde um técnico abalado pelos maus resultados e cobranças da torcida até uma diretoria dividida sobre as decisões do departamento de futebol.

O ano do Rubro-negro está em xeque. O clube sabe que tem a obrigação de conquistar títulos de expressão - ao menos um em 2017, fora o Campeonato Carioca -, principalmente depois da vexatória eliminação na Copa Libertadores. Caso contrário, a temporada dificilmente terá a aprovação da torcida.No Campeonato Brasileiro, a distância para o Corinthians já é de 15 pontos. O time coleciona falhas e uma arrancada para brigar pelo título está aparentemente distante - também por conta do desempenho do líder e dos demais concorrentes. No momento, a principal chance de conquista aparece na Copa do Brasil, competição na qual o Flamengo disputa as semifinais contra o rival Botafogo. Na Copa Sul-Americana, o time tem vaga encaminhada nas oitavas de final. Há ainda as quartas da esquecida Primeira Liga.

Em rota de colisão com a torcida, o Flamengo se vê com uma espécie de divisão entre a diretoria desde a queda na Libertadores, então principal objetivo do ano. O técnico Zé Ricardo já não era unanimidade, panorama que piorou consideravelmente a partir do momento em que o trabalho não mostrou a evolução esperada. Não é exagero dizer que a maioria dos vice-presidentes rubro-negros deseja uma mudança no comando da equipe, até para oxigenar a relação entre atletas e comissão técnica e tentar salvar o ano.

Por outro lado, Zé Ricardo ainda é bem visto pelo trio responsável por comandar o futebol e que acompanha o dia a dia. O presidente Eduardo Bandeira de Mello, o diretor geral Fred Luz e o executivo Rodrigo Caetano têm adotado o discurso do profissionalismo e pregam a sequência do trabalho na busca por resultados.

Internamente, porém, não está descartado que Zé Ricardo peça demissão, algo que já pensou em fazer logo no início do Campeonato Brasileiro. O treinador se mostrou bastante abalado na última quinta-feira (3), quando a delegação do Flamengo desembarcou no Rio de Janeiro diante de um protesto intenso de torcedores. Houve empurra-empurra, troca de xingamentos e Paolo Guerrero por pouco não foi às vias de fato com um torcedor. Zé Ricardo, por exemplo, foi ofendido cara a cara pelos manifestantes até entrar no carro, que arrancou para tirá-lo dali.

O clima está pesado. É necessário mudar o rumo da prosa - com ou sem substituições no departamento de futebol - para tentar salvar um ano bastante esperado pela torcida. A atual administração tem reorganizado o clube em diversos aspectos, mas o futebol sem conquistas costuma cobrar um preço amargo. É o que diz a história de quase 122 anos do Flamengo.