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Árvore no meio da arquibancada é símbolo de time paraguaio e vira até sócia

Do UOL, em São Paulo

12/08/2017 04h00

O acanhado estádio Tomás Beggan Correa, em Assunção, ficou famoso em diversos países. Não que o Resistencia Sport Club, que manda seus jogos aí e é integrante da segunda divisão paraguaia, tenha conquistado algum feito histórico. É a presença de uma árvore no meio da arquibancada que faz do estádio uma atração conhecida internacionalmente.

Segundo o clube, a árvore nasceu atrás de um dos gols há cerca de 20 anos. Na oportunidade, não havia arquibancada no local. No entanto, quando um projeto de ampliação foi aprovado, clube e prefeitura decidiram manter esse tipo de ipê em seu lugar. Assim, a arquibancada foi erguida ao redor da árvore.

Um buraco na estrutura de cimento permite que o ipê continue no espaço. A torcida aprova a ideia, já que a sombra da árvore muitas vezes é uma aliada, e nela ficam concentrados pequenos grupos de fãs.

“A árvore é mais sócia que todo mundo, pois está aqui 24h por dia, coisa que não podemos fazer. É como um distintivo, um símbolo do clube. Somos reconhecidos em todos os lugares por causa dela. Sempre me perguntam: ‘e sua árvore, como está?’”, contou o presidente do Resistencia, Roberto Damián Garcete, à agência EFE.

Como reconhecimento, o clube, comemorando seu centenário, decidiu homenagear a árvore: oficializou-a em seu quadro de sócios com a carteirinha número 1.000 e até fez uma camisa da equipe personalizada. O uniforme, inclusive, foi colocado na árvore em dia que teve até cerimônia oficial no estádio.

Segundo Garcete, em nenhum momento foi cogitado retirar a árvore do local. “Fizemos a primeira parte da arquibancada atrás do gol e quando fomos completar a outra metade, a árvore já estava bem crescida. Falamos com arquitetos e engenheiros e acharam uma solução para que nossa árvore continue linda como sempre”, disse ele.

O estádio Tomás Beggan Correa tem capacidade para pouco mais de três mil pessoas e fica em um dos bairros mais antigos e humildes de Assunção, o Ricardo Brugada, conhecido como Chacarita. Outras árvores cercam o campo onde não há arquibancada.

O Resistencia não disputa a elite paraguaia desde 1999. No ano passado, chegou à última rodada com chance de acesso, mas perdeu o jogo decisivo. Agora, conta com mais um sócio oficial para realizar o sonho de voltar à primeira divisão. Um sócio de quase 20 metros de altura que está sempre no mesmo lugar do estádio.