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Falta de salário no Mogi Mirim cria impasse e pode gerar WO na Série C

Cristian defendeu o Palmeiras em 2005 -  Eduardo Knapp/Folha Imagem
Cristian defendeu o Palmeiras em 2005 Imagem: Eduardo Knapp/Folha Imagem

Vanderlei Lima

Do UOL, em São Paulo

12/08/2017 13h45

“Não vamos entrar em campo”. Essa é a linha de pensamento dos jogadores do Mogi Mirim para a partida deste sábado contra o Ypiranga-RS às 15h30. O motivo é o atraso de quatro meses de salários dos jogadores do elenco.

A frase dita acima pertence ao capitão Cristian, que já passou por clubes como Palmeiras e Vitória. O meia, assim como o restante do elenco, só topa jogar pela Série C se receberem, em espécie, pelo menos um mês do dinheiro que eles têm direito.

“Nós não vamos, são promessas e mais promessas, eles prometeram várias coisas pra gente e não cumpriram, tem garoto com seis meses de salários atrasados, tem outros com cinco meses de atraso, contratou um treinador novo, o Lecheva, chegou e disse que 20% está devendo só dois meses. Isso é mentira, tem de dois meses, mas é a minoria, o resto é de dois meses pra mais, tem um ou outro”, falou Cristian ao UOL Esporte.

Um desfalque garantido para o Mogi Mirim é o atacante Nunes, que defendeu Sport, Portuguesa, Santo André, entre outros. O jogador abandonou a concentração neste sábado.

“Eu abandonei. Primeiro porque é muita mentira. É complicado você trabalhar num clube que não tem estrutura pra você fazer o seu trabalho eu quando cheguei no Mogi Mirim, quando me ligaram me falaram que a situação financeira estava complicada, mas que estrutura e condições de trabalho teria e na verdade não teve as condições que a gente precisa pra trabalhar”, afirmou.

“O jogo contra o Bragantino foi meu último. O presidente falou que ia pagar e não pagou, seguiu mentindo. Ele garantiu que ia acertar, ia pagar e resolvi jogar (contra o Bragantino) para não deixar time na mão, pelos jogadores. Mas não vou fazer parte dessa mentira”, completou.

De acordo com os jogadores, eles não aceitarão o pagamento se não for em dinheiro. Eles não querem receber cheques para entrar em campo.

Luiz Henrique de Oliveira, presidente do Mogi Mirim, explicou a situação e não acredita que os atletas não entrem em campo.

“Alguns estão com salários atrasados, tinham uns indo pra dois meses de salários atrasados e uns remanescentes chegando a três. A gente acertou alguma coisa a semana passada e realmente faltou pagar 80% do grupo, a maioria está com só um mês atrasado e alguns nem venceu na verdade ainda. Eu vou tentar falar para eles, vou ter uma reunião com o capitão”, disse.

“Eu acredito que entra em campo sim até porque é bom colocar que a maioria deles não tem esse tempo de contrato atrasado. Tem jogador que não tem nem um mês de salário atrasado e da mesma forma que eles têm o direito deles, a gente também vai acionar se não entrar em campo. O clube aciona os outros por quebra de contrato, tem jogador lá que não tem 15 dias de trabalho. O clube tem 3 ônibus e colocou um a venda para poder ajudar na questão financeira, mas ainda não vendeu. Alguns jogadores estão com a razão, outros não”, finalizou.