Jair Ventura muda o tom e diz não ver problema na chegada de estrangeiros
Um dia após criticar a contratação de Reinaldo Rueda, novo técnico do Flamengo, Jair Ventura, treinador do Botafogo, mudou o tom. Por meio de comunicado oficial, o comandante do clube alvinegro disse não ser contra a chegada de colegas de profissão estrangeiros no país.
Em entrevista à "Fox Sports" concedida nessa segunda-feira (14), Jair lembrou que os técnicos brasileiros não têm mercado fora do país e disse que a contratação de estrangeiros para comandar clubes locais tira ainda mais espaço deles.
"Para o mercado isso é muito ruim, porque parece que não temos profissionais capacitados para trabalhar dentro do nosso próprio país. Isso é muito ruim para a gente, principalmente para a gente que está começando. Hoje eu não posso trabalhar no exterior porque eu não tenho a licença, e qualquer pessoa pode chegar e trabalhar no Brasil, então isso não é legal", afirmou, na ocasião.
Por meio de comunicado emitido por sua assessoria de imprensa nesta terça-feira (15), o treinador mudou o tom e negou que seja contra a chegada de estrangeiros no Brasil.
"Quero esclarecer que acho legítimo o direito de qualquer clube brasileiro contratar um treinador estrangeiro. Há muitos profissionais competentes em outros países, com condições de repetirem aqui o sucesso que tiveram em outros lugares, como é o caso de Reinaldo Rueda, que tem um currículo admirável", declarou.
Veja a nota oficial de Jair Ventura:
"Observando a repercussão de minha declaração sobre a contratação do treinador colombiano Reinaldo Rueda, avaliei que talvez não tenha sido bem claro quando me expressei.
Quero esclarecer que acho legítimo o direito de qualquer clube brasileiro contratar um treinador estrangeiro. Há muitos profissionais competentes em outros países, com condições de repetirem aqui o sucesso que tiveram em outros lugares, como é o caso de Reinaldo Rueda, que tem um currículo admirável.
O que questiono e me deixa triste é ver que treinadores brasileiros são vistos com desconfiança e encontram dificuldades para trabalhar no exterior. Além de questões legais, como não reconhecimento de nossa habilitação profissional no mercado europeu. Nossa licença não é aceita na Europa, ao contrário da dos argentinos, por exemplo. Temos que refletir, discutir e buscar maneiras de mudar essa situação.
E como posso criticar os estrangeiros, se convivo com vários no Botafogo? Eu mesmo morei mais de nove anos fora do país quando jogador e tive essa vivência. Reitero que defendo uma maior valorização dos treinadores brasileiros, de competir em igualdade de condições com os estrangeiros no mercado externo. Infelizmente, a nossa licença ainda não nos dá esse direito.”
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