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Bom, bonito, barato e...da base: Flu recria lema da década de 90

Abel e Wendel conversam no CT: jovem é um dos destaques do Flu no ano - Nelson Perez/Fluminense
Abel e Wendel conversam no CT: jovem é um dos destaques do Flu no ano Imagem: Nelson Perez/Fluminense

Leo Burlá

Do UOL, no Rio de Janeiro

16/08/2017 04h00

A década de 90 não deixa saudade alguma para o torcedor do Fluminense. Um título do Campeonato Carioca, dois rebaixamentos consecutivos e escassez de bons jogadores são lembranças que compõem o cenário de pesadelo para os tricolores que viveram este período.

Nesta época ficou famosa a política de contratações de reforços que se enquadravam na política do "Bom, Bonito e Barato". Salvo uma ou outra exceção, os contratados jamais conseguiram justificar o investimento feito e o rótulo de "Timinho" acompanhou o clube nestes anos difíceis.

Passadas mais de duas décadas, o Tricolor adaptou aos novos tempos o antigo slogan e adicionou um novo "B" a esta equação: base. É de lá que sai a maior parte do elenco dirigido por Abel Braga, que contava com 21 jogadores formados em Xerém à sua disposição para o jogo diante do Santos. 

"Apesar de sermos uma equipe muito jovem, nossa equipe está subindo degraus e amadurecendo mais cedo que o normal. Continuamos dependendo muito das individualidades, uma jogada do Henrique Dourado, uma bola parada ou um drible do Wellington", analisou o treinador.

A colheita caseira é fruto de uma mudança de direção na mentalidade da gestão do clube, que tem privilegiado os investimentos na formação e não tanto na busca por nomes de peso no mercado. Sem o aporte milionário da antiga patrocinadora e com uma dívida na casa dos R$ 430 milhões, a alternativa é tentar ser certeiro com as poucas balas disponíveis no cartucho.

Em um ano que exige sacrifícios, o Flu fez movimentos modestos e também apostou na fórmula "BBB". Últimos contratados pelo clube, o meia Robinho, o volante Richard e o lateral-esquerdo Marlon são apostas pessoais de Abel e se encaixam neste modelo pés no chão.

Com a venda de Richarlison para o Watford [o clube embolsará cerca de R$ 23 milhões na transação], o Tricolor está perto de cumprir a previsão orçamentária de 2017. No item receitas extraordinários, que reúne ganhos oriundos de premiações, vendas de atletas e mecanismo de solidariedade, o Fluminense projetou arrecadar R$ 34,9 milhões. Ainda que o valor seja superado, a palavra de ordem nas Laranjeiras é cautela. Logo, é bom o tricolor não sonhar com gastos exorbitantes no futebol. A margem de erro é mínima, assim como o poder de fogo.

Após o empate contra o Santos, o elenco folgará nesta quarta-feira e retorna os trabalhos na quinta. O time terá um bom tempo de preparação até a partida diante do Atlético-MG, segunda, às 20h, no Maracanã.