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Edimar busca renovação, mas tem vergonha de momento do São Paulo

Edimar deve ser titular do São Paulo na partida deste domingo com o Avaí - Rubens Chiri/saopaulofc.net
Edimar deve ser titular do São Paulo na partida deste domingo com o Avaí Imagem: Rubens Chiri/saopaulofc.net

José Eduardo Martins

Do UOL, em São Paulo

17/08/2017 04h00

Mesmo focado na luta para se afastar da zona do rebaixamento do Campeonato Brasileiro, o São Paulo traça planos para 2018. Um assunto que deve ser abordado em breve é a renovação do acordo com o Edimar. Titular com Dorival Júnior, o lateral esquerdo está emprestado pelo Cruzeiro somente até o fim desta temporada. O jogador já demonstrou a sua intenção de permanecer no Morumbi.

"O meu desejo é continuar no São Paulo. Tenho acordo só até dezembro e gostaria de dar prosseguimento ao que temos feito. Depende de os clubes conversarem. Não começou a ter negociação, mas o momento agora é de tirar o São Paulo dessa situação", disse Edimar, em entrevista exclusiva ao UOL Esporte.

O São Paulo enfrenta o Avaí neste domingo. Com dores na coxa direita, o lateral foi poupado dos treinos com bola neste início de semana. Porém, a previsão é de que ele seja liberado para trabalhar com o restante do elenco nesta quinta-feira e esteja à disposição de Dorival Júnior para a próxima partida. Após 20 rodadas, o Tricolor ocupa a 16ª posição com 22 pontos. Tal desempenho preocupa o ala, que evita até mesmo passeios com os familiares. 

"Em um momento como esse é difícil, porque você fica envergonhado pela situação do time. Até mesmo por fazer parte de um grande clube que não merece estar em uma situação dessa, não tem como sair tranquilo e ir em um restaurante com os familiares. Mas temos capacidade para sair desa situação", afirmou o lateral.

Confira abaixo os principais momentos da entrevista com Edimar: 

Falta de confiança do time

É normal, qualquer clube passa por isso. Quando se tira a confiança, às vezes você tem uma jogada em que pode arriscar e não faz isso com medo de errar.

Hernanes

Ele é um ídolo. Além do potencial dentro de campo, trouxe liderança para o time. No elenco, temos o Lugano e o Pratto, mas o Hernanes vai poder acrescentar mais. Ele conhece bem o clube. O momento é de pressão e ele tem tentando absorver isso e nos ajudado.

São Paulo sai da crise?

Com certeza, sai. Pelo elenco, pela história do clube e pela torcida que nos apoia e nos dá confiança para trabalhar cada vez mais, acredito que vamos sair dessa situação

Desconhecido quando chegou ao São Paulo

É normal a desconfiança, mas se for puxar os dados, fiz 27 jogos no Cruzeiro e 61 no ano passado se formos contar também os que disputei em Portugal. É um número bom para um ano. No Brasil as coisas são momentâneas. Não estava jogando por opção do treinador. Se não tivesse confiança, não estaria no Cruzeiro e agora no São Paulo. Espero que vá embora essa desconfiança.

Por que saiu do Cruzeiro?

Por opção do Mano Menezes, mesmo. Ele levou o Diogo Barbosa e tinha revezamento com o Fabrício. É uma pergunta que tem de fazer para o Mano. O Edimar sempre trabalhou da mesma maneira, até mais [quando não estava jogando]. Foi opção do treinador, mas quem somos nós para falar algo? Respeito o Mano e a comissão técnica dele, que é fantástica. Fui um dos que mais jogaram com ele no ano passado e acredito que ele não tenha contra a mim.

Diferença entre futebol europeu e brasileiro

Aqui, além do torcedor, o clube quer resultado imediato. As pessoas lá entendem que é preciso o tempo para se adaptar. Aqui é osso... Você até vê treinador que perde três jogos e já falam em mandar embora. Tem de fazer uma programação. Por isso que vemos a Europa mais à frente neste sentido. O jogador não tem tempo para desempenhar o seu melhor.

Concorrência com Júnior Tavares

É muito sadia. Todo jogador tem de entender o momento do outro. Esperei a minha oportunidade torcendo por ele e o pelo São Paulo. Dependemos um do outro.

Dorival x Rogério Ceni

São dois grandes treinadores. Apesar da idade e da falta de experiência, o Rogério Ceni tem tudo para ser um dos grandes. Ele conhece o futebol. O Dorival é mais rodado. O Dorival também trabalha um pouco mais a questão defensiva,enquanto o Rogério é mais ofensivo.

Chance com Dorival

Aguardava uma oportunidade, queria jogar por estar em clube como o São Paulo. Graças a Deus, o Dorival deu oportunidade e fiz uma boa sequência.

Nota da redação: Edimar foi contratado em março, mas não foi utilizado com Rogério Ceni. Ele só fez a sua estreia no dia 19 de julho, contra o Vasco, já sob o comando de Dorival Júnior.