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Cuca defende elenco, diretoria, chama responsabilidade e mantém: "Não saio"

Cuca falou de surpresa na Academia de Futebol e disse que fica no Palmeiras - Agência Palmeiras
Cuca falou de surpresa na Academia de Futebol e disse que fica no Palmeiras Imagem: Agência Palmeiras

Danilo Lavieri

Do UOL, em São Paulo

22/08/2017 17h18

O técnico Cuca chamou a responsabilidade pelo mau momento que o Palmeiras atravessa na temporada. Nesta terça-feira (22), ele pediu para substituir Jean no cronograma de entrevistas do clube e assumiu o microfone no lugar do lateral direito. 

Ele usou a ocasião para isentar de culpa o presidente Maurício Galiotte e o diretor de futebol Alexandre Mattos, e voltou a afirmar que não tem a intenção de deixar o comando da equipe alviverde. Ainda citou que não tem multa para deixar o cargo.

Cuca falou de surpresa na Academia de Futebol logo após o treino, em aparição que não estava programada. "Eu vim aqui hoje para isso. Em um momento desses, que é o mais difícil que tem, quando não atravessa o bom momento, é ruim deixar um jogador aqui hoje para responder certas perguntas, que ninguém vai ter como responder. Estou precisando falar para o público, para o palmeirense, o meu sentimento", disse ele.

"A gente ouve muito ao longo desses dias todos: de quem é a culpa? Se é do presidente, que ficou 15 dias fora com a seleção. Se ele ficou, é porque confia no diretor de futebol e no treinador. Se ele estivesse aqui, não ia mudar nada. A confiança que ele tem em nós, se as coisas não aconteceram, não é culpa dele".

"A gente ouve: a culpa é do dirigente porque contratou errado, isso ou aquilo. E algumas coisas até perigosas de se falar em futebol, colocando em xeque a honestidade do Alexandre Mattos, que a gente não mistura. Pode ter erros, como eu, mas é íntegro e só faz o bem para os clubes pelos quais ele passa. Não adianta alguém vir aqui. E eu confio no que ele faz", completou.

"Você tirando o presidente e o Alexandre, claro que sobra uma responsabilidade maior para o treinador. Se não jogou ainda, a responsabilidade é minha. E porque eu ainda não saí? Não saí e não vou sair, porque o trabalho ainda vai vingar", projetou.

O Palmeiras foi eliminado pelo Barcelona-EQU nas oitavas de final da Libertadores e está em momento turbulento no Campeonato Brasileiro, apesar de ocupar a quarta posição, com 33 pontos (14 atrás do líder Corinthians). O time não ganha há três rodadas e vem de derrota em casa para a Chapecoense, por 2 a 0.

"O manifesto (da torcida) é da mesma parte que está brigando com presidente, depois com Alexandre e agora comigo. Eu estou falando: eu não saio. Vou até o fim e vou cumprir com o que eu prometi. Seria fácil sair e cuidar da neta e do filho. Tem fase do treinador também, mas dentro do contexto, tem chance de mudar", disse Cuca, que lembrou o título brasileiro conquistado no ano passado.

"Ontem vocês me tinham como o segundo melhor treinador do país, e hoje sou o segundo pior. O mesmo Cuca que estava chacoalhando a bandeira há sete meses é o mesmo que está aqui. Não era o melhor, e hoje não sou o pior. E para isso a gente está trabalhando. Não posso sentir que é jogador chinelinho, não está se doando. Não é verdade. Está acontecendo por outros fatores. Falta de confiança, segurança. Estou de peito aberto para falar o que eu sinto", concluiu.

Depois de defender a cúpula, Cuca também usou o microfone para comprar a briga ao lado de seus jogadores, que chegaram a ter a sua vontade questionada em um protesto das organizadas.

O comandante pediu "união" no momento e disse que só isso poderá salvar a equipe neste momento de reação. "A gente precisa estar junto, não adianta enquanto estiver comemorando porque estão falando mal de outro. Precisa de unidade", iniciou. "Uma coisa que falo para você. Tenho ambiente bom com eles, não tenho nenhum desses jogadores que eu possa dizer ou não que não gosto. Nenhum deles deixa de gostar. Claro que um gosta mais e o outro menos por situações diferentes. Mas o ambiente é bom, para mim, para o Alexandre, para o presidente. Não pode ouvir que jogador é chinelinho, não são", afirmou o comandante. 

"O Dudu quer jogar porque quer jogar, brigando com os médicos tamanha a vontade que tem. Ele enche o olho de lágrimas, mas não adianta forçar a situação, por isso vamos conversar e ver o que a gente faz. Para poder aproveitar. O Moisés jogou uma partida brilhante, teve o cansaço, foi preservado, jogou essa aqui e já está adquirindo um ritmo e acho que domingo ele melhora", completou.

Por fim, Cuca descartou reintegrar Felipe Melo no momento e disse que ainda acredita que tenha tomado a decisão correta ao deixar o volante fora dos planos do clube.