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Reflexo no principal: Quem se deu bem com jogo de reservas do Inter

Joanderson, atacante do Inter, em partida contra o Atlético-MG - Ricardo Duarte/Inter - Ricardo Duarte/Inter
Imagem: Ricardo Duarte/Inter

Marinho Saldanha

Do UOL, em Porto Alegre

01/09/2017 04h00

O jogo entre Inter e Atlético-MG, na quarta-feira, foi um teste para muitos jogadores. O técnico Guto Ferreira precisava consolidar ideias sobre quem ele vê jogar com menos frequência e dar descanso aos titulares. Por isso, usou equipe totalmente suplente e pôde ter mais claro o rendimento de cada um.

E o teste vale menos para nomes mais conhecidos, como Nico López e Camilo - que entram em todos os jogos - ou Charles, substituto natural Rodrigo Dourado. Na verdade, os principais beneficiados são os que recebem oportunidades cada vez mais raras.

"Precisávamos consolidar algumas ideias. Era preciso consolidar ideias sobre outros e não só nos treinamentos. Tem de treinar e por na arena para jogar. Para que mostrem trabalho", disse o técnico Guto Ferreira.

E o rendimento foi satisfatório. Em geral, salvo exceções, os suplentes mostraram capacidade de disputar posição com os titulares. "Isso traz confiança a eles [reservas] e incomoda, não deixando quem está jogando se acomodar. É um processo que joga o grupo para cima e cria uma disputa sadia. Todos esperam seu momento, produzem e podem ganhar mais espaço. Com respeito", afirmou o treinador.

Confira quem se deu bem com a chance diante do Galo:

Iago

Iago, lateral esquerdo do Inter, disputa bola com Fred em partida contra o Atlético-MG - Ricardo Duarte/Inter - Ricardo Duarte/Inter
Imagem: Ricardo Duarte/Inter

O lateral esquerdo sofre com dura concorrência. Está atrás do titular, Uendel, e do primeiro reserva, Carlinhos, que se recupera de lesão. Mas na chance que teve, mostrou que pode mais e arrancou elogios. "Temos jogadores que não têm muitas chances para jogar. O Iago treina muito bem e ali na frente pode nos dar bastante alegria. Mas pelo Uendel não dar brecha, porque graças a Deus ele machuca pouco e toma poucos cartões, ele acaba não tendo chance. Ainda tem o Carlinhos, que estava jogando bem até se lesionar. Então, este jogo serviu para reforçar toda confiança que temos nele", disse o vice de futebol Roberto Melo.

Ernando

Ernando comemora gol do Inter contra o São Paulo - Ricardo Duarte/Inter - Ricardo Duarte/Inter
Imagem: Ricardo Duarte/Inter

Excluído dos planos após o fracasso no primeiro semestre, Ernando fez o oitavo jogo apenas em 2017. E foi seguro. Não falhou vez alguma e também foi elogiado. O Inter, inclusive, imagina um resgate do jogador a longo prazo. "Temos de deixar claro que minha leitura sobre o Ernando sempre foi extremamente positiva. Ele é muito profissional, responsável, e tinha ido bem contra o Santa Cruz, mas acabou tendo um problema físico, natural de quem não vem jogando regularmente. O grande medo era o momento que o time passava e com ele poderia trazer uma rejeição da torcida. Às vezes é necessário se precaver porque isso pode resvalar no resto do grupo. Hoje vimos aplausos para ele, pela partida solidária, pelo caráter, por todo homem que é. O torcedor deveria dar uma nova oportunidade para ele, porque pode ser importante na reta final", disse Guto Ferreira.

Joanderson

Mesmo um pouco nervoso pelo primeiro jogo como titular do time principal, Joanderson mostrou qualidade. Rápido, forte, com presença de área, o atacante ex-São Paulo provou que pode ser alternativa daqui para frente. "Ele é um jogador de choque que fez coisas interessantes hoje. O crescimento dele passa pelo nível de confiança. Ele está praticamente debutando em nível profissional. Talvez se avaliasse o nível de tensão dele poderíamos ter noção do que ele enfrentou no jogo. Dentro do contexto, fez um jogo interessante. Não foi o que todo mundo esperava, porque pega a comparação do que fez pelo Sub-23, num nível de exigência baixíssimo, e coloca no principal da mesma forma. Só que não é assim. Ele vai treinar, vamos dar minutos para ele ir amadurecendo. São processos", avaliou o técnico vermelho.