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De olho na Copa, Bruno Henrique é "consertado" por Levir e vira artilheiro

Bruno Henrique marcou sete gols nos últimos oito jogos do Santos - Thomás Santos/AGIF
Bruno Henrique marcou sete gols nos últimos oito jogos do Santos Imagem: Thomás Santos/AGIF

Samir Carvalho

Do UOL, em Santos (SP)

04/09/2017 04h00

O atacante Bruno Henrique vive a contramão da má fase ofensiva do Santos, quarto pior ataque do Campeonato Brasileiro (ao lado de Vitória e Vasco) com 23 gols. O camisa 27 santista foi “consertado” taticamente desde a chegada do técnico Levir Culpi e atingiu o melhor momento da carreira.

Autor de sete gols nos últimos oito jogos do Santos, o jogador deslanchou na artilharia da equipe na temporada, com 15 gols, e alimenta o sonho estar na próxima Copa do Mundo.

A boa fase se deve ao fato de sempre atuar no setor que prefere, aberto pelo lado esquerdo do ataque. Com Dorival, variou algumas vezes de funções dentro de campo e jogou muitas vezes do lado oposto, chegando a ficar longos períodos sem marcar.

Levir costuma exigir do jogador mesmo com atuações convincentes. “Ele foi decisivo, mas foi um dos piores em campo. Você acredita nisso? Ele participou dos três gols, foi oportunista. É um cara que pode vir a ser um dos melhores atacantes do futebol brasileiro, mas precisa aprender algumas coisas. Assim como, mais ou menos, o Neymar, que aprendeu quando foi para a Espanha”, disse após ver o atacante marcar três gols na vitória por 3 a 0 diante do Bahia, em 23 de julho, pela 16ª rodada da competição.

Bruno Henrique apresenta um fato peculiar. Diferente dos demais companheiros, não fez categorias de base. O jogador foi descoberto pelo Cruzeiro em um torneio de várzea, em Belo Horizonte, com 21 anos. Depois disso, passou por pequenas equipes até chegar ao Goiás, em 2015, onde se destacou e foi negociado com o Wolfsburg, da Alemanha.

Em seu início no Santos, Bruno chegou a externar que preferia servir aos companheiros do que marcar gols. O fato se comprova nos números, já que é o segundo principal garçom santista da temporada com sete assistências - atrás somente do meio-campista Lucas Lima.

Apesar do discurso público mais exigente, o treinador também já fez lobby pela convocação do pupilo pelos seus novos números.

"A sequência dele está ótima. É um jogador que fez quatro gols em dois jogos, sendo um golaço hoje. Os jogadores vão conquistando espaço, é ele quem vai dar nota. Se seguir com esse nível de atuação, certamente vai ser olhado. Nós conhecemos o Tite, então certamente é um dos candidatos a seleção se conseguir uma continuidade com esse nível de atuação”, explicou.

O técnico Tite também afirmou ter incluído Bruno Henrique ao radar de jogadores observados pela comissão técnica da seleção brasileira.

O atleta foi a contratação mais cara do Santos na Era Modesto Roma, que completará em dezembro três anos no comando do Alvinegro praiano. O clube paulista pagou 4 milhões de euros (R$ 13,5 milhões à época).

O UOL Esporte apurou que, para a diretoria santista, o desempenho de Bruno Henrique em campo já fez valer o alto investimento para contratá-lo. Mais do que isso: a cúpula alvinegra entende que pode lucrar em uma possível venda do atacante para a Europa. Para isso, também sonham com uma convocação para a seleção brasileira.

A crise de gols pressiona o técnico Levir Culpi a mexer no ataque. O treinador definiu o trio titular com Ricardo Oliveira, Copete e Bruno Henrique, mas pode fazer alterações para os próximos jogos – contra Corinthians, dia 10, pela 23ª rodada do Brasileiro, e Barcelona, do Equador, no dia 13, em Guayaquil, pelo primeiro jogo das quartas de final da Libertadores.

Já existe uma pressão interna para que o atacante Nilmar inicie os jogos como titular na vaga de Ricardo Oliveira. O ex-atacante de Corinthians e Internacional tem se destacado nos treinamentos, chegando a fazer gols até de bicicleta, e pode ser a novidade no ataque santista. Levir ainda promoveu nesta sexta-feira (1) o atacante Diego Cardoso, artilheiro do time B do Santos.