Investigado, Del Nero completa 20 jogos sem acompanhar seleção no exterior
Investigado pela Polícia Federal, o presidente do COB, Carlos Arthur Nuzman, não pode deixar o Brasil, já que teve seu passaporte retido pelas autoridades. Outro alto dirigente esportivo do país, no entanto, já ditou essa tendência e não viaja ao exterior há algum tempo. Trata-se do comandante da CBF, Marco Polo Del Nero.
Também investigado por irregularidades, mas pelo FBI, ele não sai do Brasil desde maio de 2015, quando estourou o escândalo de corrupção na Fifa e Marco Polo viu todos os outros envolvidos serem detidos. Desde então, deixou de acompanhar a seleção brasileira em 20 partidas neste período.
O duelo entre Brasil e Colômbia na terça-feira (5) foi o último da lista de dezenas de partidas ignoradas por Del Nero, principalmente por conta do risco de ser detido fora das fronteiras brasileiras – onde ainda é protegido, visto que o país não tem cooperado diretamente com a polícia americana.
Em pouco mais de dois anos, a seleção esteve nos Estados Unidos para seis jogos, entre Copa América Centenário (2016) e amistosos. Sempre representada por um dirigente que não Del Nero. O time ainda passou por Chile, Paraguai, Equador, Venezuela, Peru, Uruguai, Argentina e Colômbia. Sempre sem qualquer representatividade do presidente da CBF.
Nos jogos no Brasil, Del Nero se apresenta, ainda que discretamente. O mandatário do futebol nacional evita holofotes e não concede entrevistas para esclarecer sua situação. No último jogo, em Porto Alegre, ficou em um hotel alternativo e visitou o grupo de Tite entrando em portão por trás da concentração.
Oficialmente, o discurso da CBF é o mesmo desde maio de 2015. O presidente está muito ocupado com funções administrativas na sede do Rio de Janeiro e, por isso, não acompanha a equipe no exterior.
A diretoria da entidade ainda ressalta a necessidade de ter o presidente comandando de perto algumas "transições" como a implementação do Código de Ética e a renovação do Estatuto – ambos ainda não divulgados publicamente. Cabe ressaltar, no entanto, que tais atividades são praticamente cessadas nos dias de jogos.
E o cenário deverá seguir para Del Nero até que as investigações em curso tenham uma definição. Internamente, a alta cúpula não acredita na presença do chefe na Copa do Mundo da Rússia, em 2018. Por ora, só o time de Tite estará lá.
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