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Marcelo relembra o dia que negou ser emprestado pelo Real Madrid

Laurence Griffiths/Getty Images
Imagem: Laurence Griffiths/Getty Images

Do UOL, em São Paulo

06/09/2017 11h39

Em alta no Real Madrid e na seleção brasileira, Marcelo deu seu depoimento ao site The Players Tribune e relembrou que nem sempre foi assim. O lateral esquerdo contou em seu depoimento de quando chegou ao time espanhol e queriam emprestá-lo.

Marcelo deixou o Fluminense rumo ao Real Madrid muito novo, em 2007, ainda sem grande experiência mesmo no futebol brasileiro. Ele chegou ao clube espanhol que tinha Roberto Carlos jogando em sua posição e ao final de uma temporada, o time pretendia emprestar o jovem para que ele ganhasse conhecimento.

“Depois do final da minha primeira temporada, o diretor me chamou para seu escritório. Eu ainda era jovem e louco. Eu entrei lá esperando que fosse uma conversa. Ele me disse que o clube gostaria de me emprestar. Eu entendi o que eles estavam tentando fazer. Eles queriam me dar experiência, mas eu pensei: isso é o Real Madrid. Se eu sair agora, pode ser que eu nunca volte”, relembrou.

“Ele queria que eu assinasse um papel e aí eu perguntei: ‘se eu não assinar, eu não tenho que sair, certo?’. Ele me respondeu que se eu não assinasse eu não sairia. Se o treinador quisesse me manter, seria assim, mas ele disse que achava que eu precisava de mais experiência’. Então eu disse a ele: pode deixar que eu terei, deixa comigo”, contou Marcelo.

O agora titular absoluto com Zinedine Zidane contou que no verão daquele ano Roberto Carlos deixou o clube e então o “Marcelito decolou”.

Casemiro e Cannavaro

Marcelo também falou de seu estilo de jogo, mais ofensivo para um lateral esquerdo, mas exaltou dois nomes que o ajudam ir ao ataque com tranquilidade e segurança no Real Madrid: primeiro Cannavaro e hoje em dia Casemiro. 

“Só se pode ter essa liberdade se você se entende com seus colegas. Fabio Cannavaro jogava ao meu lado e ele disse: ‘você pode ir, Marcelo. Estou aqui. Vai lá e relaxa. Eu sou Cannavaro, pode deixar’.  É como o Casemiro hoje em dia. Ele fala “vai, Marcelo. Nos preocuparemos com isso depois’. O Casemiro salvou minha vida e eu jogaria com ele até os 45 anos”, contou Marcelo.

Marcelo também lembrou que Cannavaro era rígido. “Ele me ajudou e a regra era que eu poderia atacar o quando quisesse desde que eu voltasse para marcar. Mas e se eu me atrasasse? Cara, a coisa ficava séria. Ele gritava. Ele pegava no meu pé”.

Tite

Marcelo ainda ressaltou todas as conquistas pelo Real Madrid, como a Liga dos Campeões, mas disse ter uma “missão final”.

“Na Copa de 2018 o Brasil voltará. Pode escrever. Com o Tite, eu realmente acredito que nós podemos levar o Brasil ao nível mais alto. Ele é uma pessoa fenomenal”, elogiou Marcelo relembrando que recebeu uma ligação de Tite quando o treinador assumiu a seleção brasileira.

“Ele me ligou e disse: ‘eu não estou te prometendo que vou te chamar, mas se eu te chamar, você ainda deseja jogar pela seleção’? Eu disse: ‘professor, só de você me ligar (foi uma grande emoção). Eu jogo pelo Brasil desde que tinha 17 anos. Eu pegaria 20 horas de voos, sentando na poltrona do meio. Eu estou disponível a qualquer tempo que precise’”.

“Aquela ligação foi tudo para mim. Foi a primeira vez que um treinador da seleção me ligou. Eu mataria pelo Tite e eu vou fazer tudo o que eu puder para por esse título no armário de meu avô”, completou.