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Galácticos? Real aposta em continuidade e gasta menos que nanicos ingleses

Dani Ceballos, do Betis, foi uma das duas únicas contratações do Real na janela - AFP PHOTO / PIERRE-PHILIPPE MARCOU
Dani Ceballos, do Betis, foi uma das duas únicas contratações do Real na janela Imagem: AFP PHOTO / PIERRE-PHILIPPE MARCOU

Leandro Miranda

Do UOL, em São Paulo

09/09/2017 04h00

Se você está acostumado a ver o Real Madrid ser protagonista em toda janela de transferências, gastando milhões de euros para contratar alguma estrela em ascensão do futebol mundial, deve ter estranhado o que aconteceu em 2017. Desta vez, o time do presidente Florentino Pérez, famoso por seus reforços "galácticos", tomou o caminho contrário e foi discreto no mercado. O motivo? Continuidade.

O Real Madrid foi apenas o 32º time que mais gastou na janela, com 46,5 milhões de euros, atrás até de nanicos que normalmente não passam nem perto das primeiras posições, como os ingleses Brighton (gasto de 47,6 milhões de euros) e Watford (61,5 milhões de euros).

Atual bicampeão europeu - feito que não era alcançado desde o Milan de 1988 e 1989 -, o elenco comandado por Zinedine Zidane teve apenas acréscimos pontuais, sem grande alarde, e manteve todos os seus atletas mais importantes.

Foram contratados só dois reservas para compor grupo: o lateral esquerdo Theo Hernández, que veio do Atlético de Madri por 30 milhões de euros, e o meio-campista Dani Ceballos, comprado do Betis por 16,5 milhões. Também voltaram de empréstimo e foram incorporados ao time principal os jovens Jesús Vallejo (zagueiro), Marcos Llorente (volante) e Borja Mayoral (atacante).

Além de gastar relativamente pouco, o Real também aproveitou a janela para lucrar com vendas de jogadores - algo raro quando se fala do clube da capital espanhola. O atacante Álvaro Morata saiu para o Chelsea por 62 milhões de euros, na quarta transação mais cara da janela. Já o lateral Danilo foi para o Manchester City por 30 milhões, enquanto o meia James Rodríguez foi emprestado ao Bayern de Munique, com uma opção de compra na casa dos 40 milhões.

Renovar, não comprar

Asensio - Javier Barbancho/Reuters - Javier Barbancho/Reuters
Destaque na temporada, o jovem Asensio está de contrato renovado
Imagem: Javier Barbancho/Reuters

Em vez de investir pesado no mercado de contratações como fizeram, por exemplo, o arquirrival Barcelona e a maioria dos times ingleses turbinados pelo novo contrato de direitos de transmissão da Premier League, o Real preferiu gastar com renovações de atletas que já estão no elenco.

Em agosto, o clube espanhol anunciou a extensão do vínculo de seis nomes importantes: os laterais Dani Carvajal e Marcelo, o zagueiro Raphaël Varane, os meias Isco e Marco Asensio e o atacante Karim Benzema. A principal estrela da companhia, Cristiano Ronaldo, tem contrato vigente até 2021, renovado em novembro do ano passado.

A linha adotada é clara: manter pelos próximos anos a base bicampeã europeia. Resta saber se uma eventual temporada sem o mesmo sucesso dos últimos anos será suficiente para fazer Florentino repensar seu novo modelo de elenco e voltar à gastança de outros tempos.

Confira os times que mais gastaram na janela de transferências

1º - Manchester City (244,3 milhões de euros)
2º - Paris Saint-Germain (238 milhões de euros)
3º - Chelsea (202,9 milhões de euros)
4º - Milan (194,5 milhões de euros)
5º - Barcelona (192,5 milhões de euros)
6º - Manchester United (164,4 milhões de euros)
7º - Everton (158,2 milhões de euros)
8º - Juventus (149,2 milhões de euros)
9º - Bayern de Munique (103,5 milhões de euros)
10º - Monaco (102 milhões de euros)

32º - Real Madrid (46,5 milhões de euros)