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Maradona culpa presidente da Argentina por sumiço de jovem durante protesto

Maradona posa para foto com Macri, nos tempos de Boca Juniors - REUTERS/Andres Stapff
Maradona posa para foto com Macri, nos tempos de Boca Juniors Imagem: REUTERS/Andres Stapff

Do UOL, em São Paulo

09/09/2017 20h38

Mesmo longe da Argentina, o ex-jogador Diego Maradona segue envolvido nos temas mais palpitantes de seu país. Atualmente o ídolo dirige o time do Al Fujairah, nos Emirados Árabes, de onde gravou um vídeo responsabilizando o presidente argentino Mauricio Macri pelo desaparecimento de um jovem ativista durante um protesto.

Santiago Maldonado está desaparecido desde 1º de agosto, quando participava de um ato na cidade de Chubut, em protesto pela libertação de um líder da comunidade mapuche (povo indígena do sudoeste do país). O caso tem envolvido debate da sociedade argentina nas últimas semanas e, inclusive, incitou manifestação de preocupação por parte das Nações Unidas.

Maradona já havia se manifestado sobre o caso em 28 de agosto, através de sua conta oficial no Facebook: "um dia mais e segue sem aparecer Santiago Maldonado. Todos os argentinos te esperamos, assim como a todos os desaparecidos!".

A relação entre Macri e Maradona é antiga e sempre apresentou altos e baixos. O atual presidente da Argentina dirigiu o Boca Juniors entre 1995 e 2007. Neste período, o ídolo foi camisa 10 do time entre 1995 e 1997, na última experiência de sua carreira profissional.

Em 2005, quando Maradona enfrentava momentos difíceis em sua batalha pessoal contra a dependência química, Macri ofereceu um cargo ao ex-jogador no clube, para que Dieguito atuasse como uma espécie de assessor do departamento de futebol – a parceria acabou não durando muito tempo.

Fervoroso apoiador político da ex-presidente Cristina Kirchner, Maradona tem sido um crítico frequente do governo Macri. A animosidade entre as duas figuras públicas argentinas se intensificou em 2016, quando o atual mandatário do país deu uma declaração controversa em uma entrevista, comparando o herói da Copa de 1986 com Lionel Messi.

"Para uma final, talvez Maradona. Para jogar todos os domingos, Messi", declarou Macri em 2016, na comparação dos dois maiores jogadores argentinos da história.

A gestão à frente do Boca Juniors catapultou Macri como uma figura pública na Argentina. No período no comando do clube mais popular do país foram quatro Copas Libertadores conquistadas. Antes da presidência, o político foi prefeito da capital Buenos Aires, entre 2007 e 2015.