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Questionado na seleção, Alisson enfim é testado na Europa e se sai bem

AP Photo/Alessandra Tarantino
Imagem: AP Photo/Alessandra Tarantino

Do UOL, em São Paulo

13/09/2017 10h24

A última convocação de Tite foi uma das primeiras a gerarem controvérsia, mesmo com o sucesso do treinador na seleção brasileira. Uma das posições polêmicas foi a de goleiro, com Alisson, Ederson e Cássio chamados. O técnico foi questionado pela ausência de Vanderlei, porém a titularidade de Alisson desde que Tite assumiu o cargo é o tema que tem gerado mais opiniões opostas.

O ex-goleiro do Internacional, que está na Roma desde a metade de 2016, passou sua primeira temporada na Europa como reserva de Szczesny. O polonês era o escolhido pelo técnico Luciano Spalletti para a disputa das partidas do Campeonato Italiano, relegando o brasileiro aos jogos da Copa Itália e Liga Europa.

Fora dos olhos do público brasileiro e sem destaque na Europa, por disputar competições secundárias, Alisson passou a ter sua capacidade colocada em dúvida. O posto de reserva no clube fez com que o goleiro de 24 anos chegasse à seleção sem ritmo para atuar como titular, o que resultou em uma demonstração de insegurança no primeiro jogo com Tite no comando da seleção.

Embora já tivesse mostrado um bom nível anteriormente, tanto no clube gaúcho como na própria seleção, onde veste a camisa 1 regularmente desde outubro de 2015, Alisson cometeu uma falha grave no jogo de ida das eliminatórias contra o Equador: ao tentar encaixar um cruzamento rasteiro, o goleiro mandou a bola para dentro das redes. Ele mostrou abatimento imediato com o ocorrido, mas foi isentado porque a arbitragem anulou a jogada – antes de cruzar, o equatoriano deixou a bola escapar pela linha de fundo.

Dez jogos e mais de um ano depois, com somente três gols sofridos na seleção, as incertezas não foram descartadas. No entanto, o crescimento de Alisson no futebol europeu tende a apagar as dúvidas. O brasileiro começou a temporada como titular inquestionável da Roma, após a saída de Szczesny, passou a ser testado para valer e teve, na última terça-feira (12), uma atuação para calar os críticos.

Estreando na Liga dos Campeões, Alisson impediu que o Atlético de Madri derrotasse a Roma na capital italiana. Apesar de jogar em casa, a equipe do brasileiro foi quem mais sofreu pressão, forçando-o a trabalhar.

No primeiro tempo, a vida de Alisson foi fácil – com uma pequena ajuda da sorte em defesa com os pés. No segundo, no entanto, o goleiro teve méritos totais para evitar três chances claras de gols dos madrilenos. Versátil, Alisson salvou um chute rasteiro de curta distância, outro de média e uma cabeçada à queima-roupa, recebendo elogios após o apito final.

Para os catalães do “Sport”, Alisson foi um “muro”. O madrileno “Marca” destacou que o brasileiro “foi o melhor da Roma, e isso resume como foi o jogo” e também que “salvou a equipe de uma derrota segura”. Na Itália, virou o “Super Alisson”.

Apesar de todos os elogios, o brasileiro mostrou humildade em entrevista ao “Esporte Interativo”. “Fico feliz pelos elogios, mas a gente trabalha para isso. Não fiz mais que a minha obrigação. Contei com a ajuda dos meus companheiros. Sempre que o Atlético teve oportunidade, meus companheiros não deixaram eles chutarem com clareza”, afirmou.

Aprovado em um teste de ponta, Alisson mostrou que merece a confiança de Tite e Taffarel, que viveu questionamento semelhante na seleção, quando era titular do Brasil, mas pouco jogava no futebol europeu. Resta agora para o goleiro se manter com atuações seguras nos holofotes europeus, pois a concorrência pela seleção é de alto nível.

Confira a atuação de Alisson contra o Atlético de Madri: