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Ele perdeu a mãe no estádio, tocou na TV e foi pedreiro: quem é o 9 do Boca

Benedetto (e) comemora gol do Boca com Gago - Gustavo Garello/Getty Images
Benedetto (e) comemora gol do Boca com Gago Imagem: Gustavo Garello/Getty Images

Do UOL, em São Paulo

15/09/2017 04h00

A relação do atual camisa 9 do Boca Juniors, Dario Benedetto, com o futebol é, no mínimo, muito intensa. Não só pela paixão do atacante pelo esporte, mas pelo fato de ter perdido sua mãe em um estádio: enquanto ele jogava, ela passou mal na arquibancada e morreu antes de chegar ao hospital. O triste fato traumatizou o argentino, mas não por tempo suficiente para tirá-lo dos gramados em definitivo.

Benedetto tinha 12 anos quando isso aconteceu. Ele defendia o Independiente e a partida em questão era a final de um tradicional torneio amador. Sua mãe estava no alambrado torcendo quando teve a parada cardiorrespiratória que foi fatal.

A tristeza de Benedetto com a perda da mãe foi tamanha que ele abandonou o futebol e, em seguida, a escola. Então, seu pai deu duas opções: ou ele voltava à escola ou começaria a trabalhar. Ele optou pela segunda e se tornou servente de pedreiro, acompanhando o pai.

Nesse período, o hoje atacante aceitou um convite do irmão mais velho para integrar uma banda de cumbia. O grupo fez algum sucesso, e eles se apresentaram três vezes em um programa temático de uma emissora argentina.

O futebol voltou aos poucos a sua vida na adolescência, mas ele não levava mais tão a sério. Foi só perto de completar 17 anos que uma chance no Arsenal de Sarandí o fez apostar novamente as fichas no futebol. Como não dava para conciliar música e esporte, principalmente por culpa dos horários, Benedetto ficou com o esporte.

O atacante se profissionalizou no próprio Arsenal e a partir daí começou a rodar o mundo. Na Argentina, defendeu ainda o Defensa y Justicia e o Gimnasia de Jujuy, indo em seguida para o futebol do México, onde atuou por Tijuana e América.

Foi só no ano passado que surgiu a oportunidade de jogar por seu time de coração, o Boca Juniors. Benedetto, inclusive, tem uma tatuagem do clube xeneize na região do abdômen.

Sua marca registrada, no entanto, está na comemoração dos gols: ele manda beijos para o céu e aponta os dedos indicadores na mesma direção em homenagem a sua mãe. Quando voltou ao futebol, Benedetto teve como grande motivação o desejo de sua mãe de que se tornasse um jogador profissional. E isso ele cumpriu, sendo atualmente um dos nomes lembrados por Jorge Sampaoli para a seleção argentina (estreou na última rodada das eliminatórias).