Topo

Inter diz que 'não tolera' assédio e vai cumprir decisão judicial

Marinho Saldanha

Do UOL, em Porto Alegre

18/09/2017 16h08

Condenado a indenizar uma ex-funcionária por sofrer assédio moral cometido por jogadores da base, o Internacional irá acatar a decisão. Em contato com a reportagem do UOL Esporte, o vice jurídico vermelho, Gustavo Juchem, disse que o clube não tolera tal conduta e irá cumprir com a determinação. 

"O fato teria ocorrido em 2012. O Judiciário entendeu que restou comprovado o assédio. Obviamente não toleramos esse tipo de atitude. Vamos cumprir a decisão", disse o dirigente em contato com a reportagem. 

Nesta segunda-feira, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) rejeitou recurso e manteve decisão em segundo grau. O Colorado precisará indenizar a ex-funcionária do museu do clube em R$ 5 mil. 

Conforme informou o TST, a historiadora disse que trabalhou no museu do clube durante três anos. Neste período, ela relatou que pediu demissão por considerar insustentável o tratamento que recebia dos jogadores da categoria de base, que constantemente se referiam a ela no refeitório com comentários do tipo “gostosa”, “cheirosa”, “linda”, e com assobios e risadas.

Ela afirmou que comunicou o fato a sua superior hierárquica, que teria dito para “não dar bola”, e à assistente social, que lamentou o fato, mas disse que nada poderia fazer, pois os atletas de base tinham muito prestígio com a direção.

Ainda segundo a trabalhadora, a gerente geral do museu do Internacional também dispensava tratamento humilhante, inclusive acusando-a de apresentar atestados médicos falsos para deixar de trabalhar.

O Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (RS) fixou a condenação em R$ 5 mil, considerando que as testemunhas comprovaram os atos inoportunos praticados pelos jogadores, que convidavam seguidamente a trabalhadora para sair e usavam tratamento depreciativo. Segundo uma delas, a historiadora se mostrava incomodada com a situação e relatava o fato às assistentes sociais do clube.

O Internacional, hoje, não consegue medir quais jogadores cometiam tais atos. Com o ocorrido em meados de 2012, seis anos depois a maioria dos atletas possivelmente envolvidos já deixou o clube e não é mais jogador de categorias de base.