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Cazares dobra número de assistências, mas segue questionado no Atlético-MG

Cazares já tem 16 assistências na temporada 2017, mas ainda assim é questionado - Bruno Cantini/Clube Atlético Mineiro
Cazares já tem 16 assistências na temporada 2017, mas ainda assim é questionado Imagem: Bruno Cantini/Clube Atlético Mineiro

Victor Martins

Do UOL, em Belo Horizonte

03/10/2017 04h00

Classificação e Jogos

Com a saída de Dátolo, que ficou sem contrato para 2017, Cazares herdou a camisa 10 do Atlético-MG. Principal aposta de criação do Galo no meio-campo, o jogador faz uma grande temporada em números. Com o passe para um dos gols de Robinho contra o Atlético-PR, o segundo no triunfo por 2 a 0, na Arena da Baixada, o equatoriano chegou a 16 assistências na temporada. É o dobro em relação ao primeiro ano de Atlético. Mesmo assim, o meia segue numa montanha-russa com a torcida alvinegra.

São momentos de idolatria, como foi durante a fase de grupos da Copa Libertadores e também após o 3 a 1 sobre o Cruzeiro, no clássico pelo Brasileirão. Em outras ocasiões, porém, ele conviveu com cobrança e o banco. Cazares começou o ano como reserva e, aos poucos, foi conquistando seu espaço com o técnico Roger Machado.

Agora, o meia não saiu da equipe titular, mas seu rendimento em campo é um dos assuntos mais comentados. Oswaldo de Oliveira assumiu o comando técnico do Atlético uma semana atrás. Mesmo com poucos treinamentos e apenas uma partida no banco de reservas, o treinador já diagnosticou que Cazares pode e deve render mais para o time.

“Ele tem muito potencial, já vi o Cazares jogando como adversário e acompanhando o Atlético desde maio, no Brasileiro. Ele tem muito a dar para a equipe. Minha preocupação contra o Atlético-PR era com a recomposição naquele setor, queria usar o Robinho mais próximo do Fred, e o Cazares correspondeu. Mas na parte técnica ele tem muito a crescer ainda”, analisou Oswaldo de Oliveira.

Bronca também dos técnicos anteriores

O Atlético está com o terceiro treinador na temporada. Antes de Oswaldo de Oliveira, o time foi comandado por Roger Machado e Rogério Micale. Em comum, os técnicos anteriores também diagnosticaram a necessidade de Cazares ajudar mais o time.

“É um jovem talentoso, que tecnicamente não precisamos falar nada, mas taticamente ele vem produzindo conceitos para que ele não se torne apenas um articulador. Ele não precisa carimbar a bola para atacar. Ele tem de ser parceiro do centroavante”, comentou Roger Machado, que se colocou à disposição para ajudar na evolução do jogador.

“Por vezes ele tem de sair do meio, dar uma descentralizada no jogo. Ele tem bom passe, deu sete assistências (em maio) e está crescendo. Se estiver disposto a aprender, estou disposto a ensiná-lo", concluiu o primeiro treinador do Galo na temporada.

Roger Machado foi substituído por Rogério Micale. E o técnico demitido há pouco mais de uma semana também comentou a necessidade de Cazares participar mais do jogo e ser mais efetivo quando tem a posse de bola.

“O Cazares é um jogador que, tecnicamente, a gente sabe o potencial e gosta muito. Só que a gente espera que ele renda um pouco mais, principalmente em termos de concentração nos jogos”, explicou Micale.

Oscilação faz Cazares perder espaço na seleção

Quando chegou ao Atlético, Cazares era jogador da seleção equatoriana. Com qualidade para ser titular de um dos maiores clubes do país, o camisa 10 do Galo não consegue se firmar na seleção do Equador. Durante as Eliminatórias, o meia ficou algumas vezes sem ser convocados. Como aconteceu agora. Cazares ficou fora das duas últimas rodadas, contra Chile, em Santiago, e Argentina, em Quito. Jogos que vão definir se o Equador vai ou não disputar a Copa do Mundo de 2018.

Na convocação anterior, nos jogos disputados em setembro, Cazares foi titular na derrota para o Paraguai e ficou no banco de reservas contra o Brasil. Vestindo a camisa sete da seleção equatoriana, o meia não consegue ser decisivo, como faz no Atlético, mesmo com tanta oscilação.