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São Januário reabre com obras de melhoria e investigações em andamento

São Januário no momento da selvageria no clássico entre Vasco e Flamengo - Jorge Rodrigues/Eleven/Estadão Conteúdo
São Januário no momento da selvageria no clássico entre Vasco e Flamengo Imagem: Jorge Rodrigues/Eleven/Estadão Conteúdo

Bruno Braz

Do UOL, no Rio de Janeiro

03/10/2017 04h00

Após três meses, São Januário voltará a receber público para as partidas do Vasco. A punição imposta pelo STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) por conta das cenas de vandalismo no clássico com o Flamengo, dia 8 de julho, se encerrou no último sábado (29). Livre da sentença, o Vasco abrirá seus portões com um estádio adaptado às condições impostas pelo Ministério Público, mas ainda no aguardo de investigações oriundas daquele fatídico clássico.

No que se refere às obras de melhoria, a principal delas é a instalação de grades que separam a torcida das cabines de imprensa. Os jornalistas de internet e jornal passarão a também ficar por lá, deixando um dos camarotes, como faziam até àquele dia. Na avaliação do MP, uma das condições primordiais para São Januário ser desinterditado era oferecer melhores condições de segurança à imprensa, que sofreu tentativas de agressão e até invasão em tal jogo.

Representantes do órgão, do Corpo de Bombeiros, da Polícia Militar e da CBF estiveram no local para realizar vistorias, que permitiram a liberação do estádio.

No âmbito criminal, o torcedor Igor Marcelino Coelho, que aparece em imagens agredindo com socos duas policiais militares, foi indiciado por por lesão corporal, desacato e por promover tumulto em eventos esportivos, crime previsto no Estatuto do Torcedor. Ele terá de responder no Juizado do Torcedor.

Em relação à morte a tiros do torcedor Davi Rocha, de 27 anos, nas imediações do estádio, a Polícia Civil concluiu que os disparos foram feitos pela Polícia Militar e em legítima defesa. Outros envolvidos no confronto ainda estão sendo investigados.

O clássico também teve consequências para o presidente do Vasco, Eurico Miranda. No dia 14 de setembro, o Ministério Público pediu o afastamento definitivo do dirigente e de seus vices do clube em função de, supostamente, o cartola acobertar organizadas, entre elas a “Força Jovem”, que está suspensa pelo órgão das praças esportivas até o ano que vem. No relatório da ação, constam fotos de integrantes da torcida em um suposto camarote cedido a ela no clássico. O MP também tem questionamentos em relação ao oferecimento de trabalho no Cruzmaltino a membros desta facção. A entidade deu prazo até esta quarta-feira para que Eurico apresente sua defesa.

Desempenho ruim durante a punição

A punição imposta pelo STJD custou bem caro ao Vasco. Dos 18 pontos disputados durante a pena, o clube somou apenas seis, um desempenho de 33%. Foram três jogos no estádio Raulino de Oliveira, em Volta Redonda (RJ), com duas derrotas e um empate. Com portões fechados, empatou no Nilton Santos e ganhou uma e empatou outra em São Januário.

Para o lateral esquerdo Ramon, a falta de torcida não pode servir de desculpas para os maus resultados. “É claro que não ter torcida influencia, mas a gente precisa vencer, não é desculpa. Precisamos melhorar”, disse ao Sportv.