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Chance de se ter candidato único contra Eurico no Vasco é cada vez menor

Presidente do Vasco, Eurico Miranda tem presenciado troca de farpas entre opositores - Marcelo Sadio/Vasco.com.br
Presidente do Vasco, Eurico Miranda tem presenciado troca de farpas entre opositores Imagem: Marcelo Sadio/Vasco.com.br

Bruno Braz

Do UOL, no Rio de Janeiro

05/10/2017 04h00

Há quase que um consenso entre os vascaínos no que se refere à eleição do clube, dia 7 de novembro: a chance de se derrotar Eurico Miranda nas urnas é com a formação de uma chapa única de oposição. O problema é que, embora os próprios opositores concordem em grande parte com esta teoria, ela está cada vez mais longe de se tornar realidade.

Com uma pluralidade de grupos políticos de ideologias diferentes, o pleito cruzmaltino vai se afunilando e apontando com uma disputa em três frentes. Eurico, como situação; Fernando Horta, presidente da escola de samba Unidos da Tijuca, que ganhou o apoio do ex-candidato Otto Carvalho; e uma união de chapas entre o médico Alexandre Campello e o executivo Julio Brant, ainda sem definição sobre quem será o cabeça da chapa.

Horta se lançou como candidato oficialmente em agosto, após renunciar ao cargo de vice-presidente geral do Vasco por discordar das práticas de gestão de Eurico. Otto, seu mais novo apoiador, também foi nomeado por Miranda na atual administração e, embora ainda exerça o cargo de presidente do Conselho Fiscal, declara ter rompido com o mandatário.

A recente mudança de lado da dupla não é vista com bons olhos por Campello e Brant e é justamente o entrave para que os dois não se juntem aos ex-aliados de Eurico. Eles acreditam que Horta e Otto são uma espécie de ramificação da atual diretoria, uma vez que além de já terem participado dela ainda têm o apoio de José Luiz Moreira, ex-vice de futebol do clube e que por muito tempo foi um braço direito e homem de confiança de Miranda.

“É a famosa chapa dois. Todos juntos com o Eurico para fechar e repartir o Vasco entre eles. É uma chapa que nasce da mesma raiz, da mesma diretoria. O Horta ainda é vice-presidente do clube. É a manutenção no poder dos que rebaixaram o Vasco. Para o bem do nosso clube, temos de lutar contra isso. Somos oposição ao modelo de gestão que vem sendo praticado no Vasco nos últimos 20 anos e que trouxe o clube até o desastre que vemos hoje”, declarou Julio Brant, que ganhou coro do grupo Frente Vasco Livre, de Alexandre Campello:

“Unir os grupos de oposição em torno de uma única candidatura é, desde o início, um objetivo que a Frente Vasco Livre perseguiu. Unir por unir, no entanto, nunca nos interessou. Porque temos lado. E ter lado é ter convicção sobre quem é o verdadeiro adversário a ser combatido. A união do Otto de Carvalho e Fernando Horta não surpreende em nada – e sepulta qualquer dúvida para quem teimava em enxergá-los como opositores contrários à atual gestão e às práticas nefastas que a caracterizam (...)”.

Fernando Horta não ficou calado e respondeu aos ataques ratificando seu desejo por uma chapa única, mas sem deixar de alfinetar o candidato Julio Brant:

“(...) Nos últimos 15 dias, três grupos políticos do Vasco foram assediados pelos candidatos da oposição e os três decidiram apoiar Fernando Horta. Nesses três movimentos, especialmente o candidato da chapa Sempre Vasco (Julio Brant) mostrou-se agressivo, menosprezando e subestimando esses apoios dados a nós, sempre após não conseguir conquistá-los. Passou o último mês correndo atrás de Otto, quando, ao que parecia, ele o considerava importante para a ‘união’. A união que buscamos é outra: é uma união sem objetivos pessoais, sem vaidades, sem arrogância, sem prepotência e com o Vasco acima de tudo. Na paz (...)”.

Campanha de Eurico baseada em benfeitorias na 1ª gestão

Eurico Miranda assiste à troca de farpas entre os opositores fumando seu charuto. Com uma chapa intitulada “Reconstruindo o Vasco”, o dirigente tem pautado sua campanha exaltando benfeitorias patrimoniais e financeiras exercidas durante o seu triênio. Nesta semana, intensificou sua divulgação com cartazes e outdoors espalhados pela cidade.

O atual presidente cruzmaltino também ataca forte em outra frente, a dos conselheiros, uma vez que a eleição no Vasco é feita de forma indireta. Uma vez estabelecido o resultado nas urnas, um pleito interno é realizado entre estes condecorados e, somente então, se é divulgado o novo mandatário do clube. Neste cenário, conversas particulares e nomeações para tal cargo têm sido feitas nos últimos meses.