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Meta de cartões mostra força de Tite. "Me honra jogar para ele", diz Neymar

Tite - Leo Correa/AP - Leo Correa/AP
Tite em La Paz: objetivo cumprido para o jogo seguinte
Imagem: Leo Correa/AP

Dassler Marques

Do UOL, em La Paz (Bolívia)

06/10/2017 04h00

O Brasil chegou à penúltima partida das Eliminatórias da Copa do Mundo com oito jogadores pendurados e uma preocupação da comissão técnica: passar pela Bolívia, na última quinta-feira (5), sem sofrer cartões desnecessários que pudessem demonstrar algum tipo de descompromisso, já que a vaga no Mundial foi assegurada. A meta foi cumprida à perfeição no empate sem gols em La Paz e reforça a ascendência de Tite sobre o grupo de atletas. 

Para enfrentar o Chile na terça (10), o treinador poderá mandar a campo a equipe que julgar mais adequada no Allianz Parque. O único problema que ele leva da Bolívia é a lesão muscular de Thiago Silva, que tem chances de ser cortado nesta sexta. Daniel Alves, Miranda, Casemiro, Paulinho, Renato Augusto, Neymar, Fernandinho e Gabriel Jesus, todos utilizados na altitude, seguem disponíveis. 

As palavras do camisa 10 brasileiro, hoje não apenas o principal nome do time, mas também uma figura central no vestiário, reforçam o compromisso e o momento de lua de mel entre jogadores e comissão. "Me sinto privilegiado e honrado de ter um treinador como o Tite. Venho aqui com uma felicidade imensa não só de servir a seleção, honrar o meu país, mas para ser jogador do Tite. Cada dia aprendo um pouco com ele, que me surpreendeu muito. Para mim é uma grande honra jogar para ele", comentou na saída do Estádio Hernando Siles. 

O que poderia ser sinal de relaxamento, promete Neymar, será motivação no provável último jogo no Brasil antes da viagem à Rússia no ano que vem. "A motivação continua igual ou maior por ser o último jogo em casa, para agradecer à torcida pelo que fizeram. E não gostamos de perder, ainda mais em casa. Vamos dar 100% contra o Chile", comentou o camisa 10. 

A situação também não passou despercebida aos olhos do próprio Tite, que fez questão de ressaltar o compromisso. "Quero salientar que jogamos dois jogos difíceis com Colômbia e Bolívia em que competimos de forma leal, sem levar cartão. A gente quer estar o máximo de tempo possível junto e manter a estrutura de equipe", elogiou o comandante. 

Ansioso por retorno, Jesus ficou com medo de cartão

Entre os que estavam pendurados, Gabriel Jesus teve um motivo extra para não receber amarelo em La Paz: o jogo final das Eliminatórias será no estádio do Palmeiras, onde ele viveu momentos de grande alegria.

"É o lugar onde me tornei jogador de futebol, fiz muitos amigos, conquistei coisas importantes, então a felicidade é imensa. Fiquei até com medo de tomar cartão. Venho brincando com o Fernandinho (colega do Manchester City) faz tempo de que teria a oportunidade de voltar para onde tudo começou", disse. 

Gabriel Jesus também comentou que o prazer de estar reunido no ambiente de seleção estimula para não levar mais um amarelo. "Não é conversado, é uma coisa que você vê o ambiente excelente, todos querem participar dos jogos. Ninguém quer ficar de fora e mais uma vez foi provado que ninguém realmente quer ficar de fora. Ninguém fez falta para tomar cartão, todos foram leais como sempre somos", concluiu o jogador. 

Tite ainda não revelou time contra o Chile

A manutenção de praticamente todos os jogadores, com apenas Thiago Silva como dúvida, deixa o treinador da seleção à vontade para definir seu planejamento para o jogo final. Tite já adiantou que Ederson será o goleiro, mas há expectativa de que possa dar chances a alguns atletas, como o gremista Arthur. 

"Tenho pouco tempo de seleção. Não conheço os atletas. Quanto mais tempo a gente possa estar junto, é melhor. O trabalho é importante e a gente está en sintonia fina. Não existe teste na seleção, existe oportunidade. O Ederson vai jogar por uma oportunidade", frisou. 

A competição forte dentro do grupo, conforme salientou o volante Casemiro, mostra que os titulares querem jogar em São Paulo. “Não tem essa de poupar, não jogar, dar mole. Sabemos bem o nível. Olhando do meu lado, quando vou jogar e olho o banco da seleção, vejo que tem jogadores desse nível, não posso relaxar. Sei que tenho que dar meu melhor, porque tem jogadores de muito alto nível no banco”.