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Oposição do Vasco descarta chapa única e dois candidatos guardam anúncio

Eurico Miranda deverá ter a concorrência de mais de um candidato no Vasco - Paulo Fernandes/Vasco.com.br
Eurico Miranda deverá ter a concorrência de mais de um candidato no Vasco Imagem: Paulo Fernandes/Vasco.com.br

Bruno Braz e Vinicius Castro

Do UOL, no Rio de Janeiro

07/10/2017 04h00

A tão sonhada chapa única de oposição no Vasco não acontecerá, pelo menos é o que garantem alguns dos membros dos grupos políticos opositores. Com claras divergências ideológicas, a junção entre o médico Alexandre Campello, o empresário Fernando Horta e o executivo Julio Brant já é algo considerado descartado. Campello e Brant, porém, fazem mistério e guardam o anúncio de uma união para os “47 minutos do segundo tempo”.

A dupla, juntamente com seus correligionários, já teve uma primeira reunião onde pôde amarrar as ideias e os projetos. Brant tem passado os últimos dias a trabalho no exterior e a tendência é a de que um novo encontro ocorra quando retornar. Já há um consenso, porém, que a oficialização da junção das chapas seja noticiada faltando poucos dias para a eleição do clube, que acontecerá dia 7 de novembro.

O conformismo pela não-viabilidade da formação de uma candidatura única já é admitido abertamente por pessoas envolvidas diretamente no pleito, como o presidente do Conselho Fiscal, Otto Carvalho, que chegou a se lançar como candidato, mas abriu mão da disputa para apoiar Fernando Horta.

“A chapa única de oposição não vai acontecer. Há uma dificuldade deles (candidatos de oposição) se juntarem. Infelizmente o que o associado tem que fazer é ser mais vigilante e realmente apostar em quem tem mais chances. Eu não estou numa de tirar o Eurico, mas de mudar o modelo de gestão, alavancar o clube e matá-lo politicamente. Como? No conselho (Deliberativo). E isso só eu e Horta temos condições e influência”, declarou Otto, que em seguida minimizou o poder de persuasão de Campello e Brant entre os conselheiros do clube:

“O Campello, por exemplo, nunca foi conselheiro. O Brant caiu de paraquedas em 2014. E vou te dizer que cheguei a falar para ele que ele era para ser o cara desta eleição de agora. Tinha possibilidade, sabe se vender, mas teve uma atuação pífia na liderança dos conselheiros de oposição que indicou (de acordo com o estatuto do Vasco, o segundo colocado pode indicar 30 cadeiras). Dos 30 que indicou, somente uns quatro estão com ele agora. Se ele não liderou 30 conselheiros, como vai liderar o clube?”.

Provando que o clima entre eles deixa poucas esperanças de uma chapa única, Julio Brant alfinetou a união entre Horta e Otto.

“É a famosa chapa dois. Todos juntos com o Eurico para fechar e repartir o Vasco entre eles. É uma chapa que nasce da mesma raiz, da mesma diretoria. O Horta ainda é vice-presidente do clube. É a manutenção no poder dos que rebaixaram o Vasco. Para o bem do nosso clube, temos que lutar contra isso. Somos oposição ao modelo de gestão que vem sendo praticado no Vasco nos últimos 20 anos e que trouxe o clube até o desastre que vemos hoje”, disse o candidato da “Sempre Vasco”, se referindo ao fato de Horta e Otto terem feito parte da atual administração de Eurico Miranda.

Ao Extra, Alexandre Campello também se mostrou desacreditado com uma chapa única, mas despistou sobre a junção com Brant próximo a eleição:

“"Nada evoluiu. A tendência é termos quatro chapas". Neste sábado, Fernando Horta lançará oficialmente sua candidatura num clube na Barra da Tijuca (RJ) às 15h.